domingo, 28 de março de 2010

A VIDA EM CARTAZ...

Interpreto
o seleto
papel que me coube.
Com esmero
pois sempre soube
que sou peça e sou ator.
Dos atos
e fatos,
sou meu próprio escritor,
intérprete,
roteirista
e diretor!
A peça é versátil,
mutável,
notável,
dinâmica
e dirigível.
Infalível,
em cartaz permanentemente...
Nunca é igual,
pois afinal
é escrita no livro do tempo,
cujas páginas
viradas
e vividas
são águas passadas,
marcadas
nalguma fotografia...
Não posso parar de escrever,
de representar
meu próprio destino!
Escrevo e atuo
com ações,
grandiosas interpretações
que nem sempre tem sucesso,
mas a evolução
do escrito
dá-se a cada instante,
num progresso
bonito
ou feio,
no meio
do palco da vida!
Um dia,
num instante qualquer,
o derradeiro ato,
cujo aparato
é enfadonho.
Um acordar de sonho
na noite escura;
um mergulho na amargura
ao ver a peça no seu final...
Restarão as flores no jardim,
a peça não estará mais em cartaz.
Não me caberá editar
nem mesmo interpretar
o FIM!

Rui E L Tavares

(21/03/2010)

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