sábado, 20 de março de 2010

CAMINHADA

Caminhada
sem trajeto
traçada
sem projeto
num papel em branco.
Desenhada
com tinta nanquim
tisnada
assim
pelo pincel do destino.
Passos traçados
sobre a branca areia
apagados
pelo encanto da sereia
na onda do mar.
Na espuma diluída
que escorre
e escorrida
não morre
na caminhada...
E assim vai
pelo papel, incerto
o traço que não sai
do rumo mais perto
que a vista alcança.
Renovado,
quando atingido,
continuado,
ungido
com água benta...
Caminhada
para a frente
obstinada,
intermitente,
mesmo porque,
ao fim de cada etapa,
a me esperar,
está você...!

Rui E L Tavares

(14/03/2010)

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