domingo, 27 de junho de 2010

A ROSA...


Já vi pinturas, obras-primas
definições em prosas,
versos vi e rimas
eternizando as rosas...

Das rosas vi o acalanto
ao olhar por sobre telas,
na poesia vi o encanto
com que o Poeta fala delas.

Mas o que mais vi, no entanto
não foi pintura, nem poesia...
Foi a própria rosa, entretanto,
no seu jardim de magia.

Não foi Poeta nem Pintor
que a cingiu na natureza
com delicadeza de flor
e uma coroa de beleza!

Rui E L Tavares

(26/06/2010)

ENXURRADA...

Quando chove,... chuva forte
que vem do norte,
desce a ribanceira.

Abre valetas
como desenho de vinhetas
pela ação da corredeira.

Nada detém a enxurrada
que leva a terra encharcada
para o velho Jacuí.

Parece a natureza que chora
e pergunta nessa hora:
- Cadê o verde que nasceu aqui?

Rui E L Tavares

(26/06/2010)

TEIA DE VERSO

Sorrateiro... eu diria,
o verso poesia
que nasceu da tua pena...

E a outros se uniu
num Poema que surgiu
onde tua alma contracena.

Cativante,...sedutor
leva-me o encanto do amor
e devora em santa ceia...

Sou teu ardoroso fã
que antegoza o afã
de cair na tua teia.

Rui E L Tavares

(26/06/2010)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

SE EU FOSSE UMA LÁGRIMA...


Se eu fosse uma lágrima
queria ser de alegria
e nascer dos teus olhos...

Escorrer por teu rosto,
passar por teus lábios
e cair ao chão.

Se eu fosse uma lágrima,
ainda assim seria Poeta,
pois ao cair, escreveria...

No solo, pergaminho,
uma bela poesia
sobre o meu doce caminho!

Rui E L Tavares

(25/06/2010)

SELO PIUIIIII - COMUNIDADE COM QUE VERSO EU VOU.

SELO PIUIIIII - COMUNIDADE COM QUE VERSO EU VOU.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

CAMINHOS DE LUZ


A estrada da vida tem curvas sinuosas
armadilhas camufladas, é difícil vê-las
aparentam um jardim florido em rosas
iluminado lá do céu por véu de estrelas.

Enganadores são os caminhos inocentes
feito o mavioso e falso canto da sereia
porém aos pés que pisam inconsequentes
oculta a aranha que mata em sua teia.

Mas àquele que a luz o andar norteia
e com o pisar firme a treva incendeia
poderá ver e desviar a negra sina.

Pois a mão de Deus nunca ficará alheia
e na alameda vital por onde permeia
acenderá sempre o farol da luz divina.

Rui E L Tavares

(24/06/2010)

"EM APENAS UM MINUTO"

Se aparecesse um gênio e dissesse
num forte clarão repentino:
- Sei que de muito tu carece
mas te dou só um pedido menino.

- E num minuto tens que fazer,
pensa bem no que dirás
pois não poderás te arrepender
muito menos voltar atrás...

Eu pensarei em bens materiais
mas neles não falarei;
também nos espirituais
por certo eu pensarei...

Pensarei nas dores do mundo
das minhas próprias lembrarei;
na passagem de cada segundo
pela vida retornarei...

E nela farei um garimpo
dos tesouros que acumulei;
depois de tudo passado a limpo
meu pedido então farei:

- Eu quero de volta a vida
que no tempo, fora eu joguei;
cada centelha transcorrida
que inutilmente eu gastei...!

Rui E L Tavares

(24/06/2010)

DANÇA COMIGO...

Dança comigo,
esta canção tão melodiosa
que inspira paz e harmonia,
doce encanto e vaporosa
trilha sonora de magia...

Dança comigo,
neste enlevo de utopia
que nos une na emoção
ao som dessa melodia
que vem da nossa canção...

Dança comigo,
no salão da Primavera
trazendo luz aos meus traços
num bailar de quimera
na união de nossos passos...

Neste baile da minha vida
és meu par, meu doce caminho
nos meus passos estou contigo,
vem meu amor, meu carinho
dança a vida comigo...!

Rui E L Tavares

(24/06/2010)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

RENOVAÇÃO




As palavras parecem tortas
na inspiração ressequidas
como inertes folhas mortas
no chão do Inverno caídas.

Nas quimeras doces hortas
abundantes nas Primaveras
hoje secas, galhos que cortas
para buscar novas eras.

Hão de florir em tempo breve
após o rebento da brotação
pois nem o gelo da neve
há de deter a renovação.

Se agora o canteiro está vazio
e a fonte jaz congelada
por certo sob esse frio
a vida está resguardada.

Chegara o tempo morno
e a vida em seus universos
poderei saudar o retorno
das flores e dos meus versos.

Rui E L Tavares

(23/06/2010)

MEU BARCO

Meu barco zarpou sem rumo,
a Deus dará.
Proa ao horizonte,
ali defronte,
um dia lá estará...

Será num amanhecer
com o Sol beijando o mar...
Num arrebol esplendoroso
meu barco vitorioso
num porto vai atracar.

E lá,... à beira do cais
num recanto de quimeras
com o Sol ainda menino
estará o meu destino
a me sorrir Primaveras...

Não terá mais Invernos
na minha lida de navegador...
Com os pés firmes na terra
nesse dia se encerra
esta vida sem amor...!

Rui E L Tavares

(23/06/2010)

A REALIDADE É ASSIM...

Que graça tem a realidade
se está sempre na contra mão
do nosso sentido da vontade.

Parece uma luta ferrenha
do instinto que se empenha
tentando ilustrar o cenário

...contra o destino que desdenha
pois está sempre do lado oposto
planejando o contrário.

Pois é assim que acontece...
Resta-nos, porém, a prece
poderosa arma da fé...

Lutemos ao invés de chorar
pois a realidade poderia estar
bem pior do que já é!

Rui E L Tavares

(23/06/2010)

ABAIXO DE ZERO

Debaixo dos cobertores
alongo-me com gosto
tenho a mente sã
e sinto a manhã
acariciar-me o rosto...

Com seus toques gelados
na minha barba por fazer...
Solto um suspiro rouco
de quem dormiu tão pouco
e desdenho o amanhecer.

Quero ficar assim
não quero acordar...!
Lá fora tudo é vazio
o cotidiano é frio
não quero mais lembrar...

Fugir das tuas lembranças
é tudo que eu quero...
Não posso, de repente
sair do leito quente
pra um frio abaixo de zero!

Rui E L Tavares

(23/06/2010

A SAUDADE DÓI...

Se não me queres, diga
eu faço figa
e desconjuro...

Esquece, não liga
qualquer coisa que eu diga
pois te amo, eu juro!

Tanto que não aceito
esse teu jeito
desinteressado...

Sei que dentro do peito
embora o ar contrafeito
eu também sou teu amado!

Vem, não me despreza
ouve a minha reza
que faço com ardor...

A saudade dói e lesa
este amante que te preza
e tem por ti tanto amor!

Rui E L Tavares

(23/06/2010)

"MEUS RASCUNHOS"

Em mim tem um Universo
que se expande
além dos meus limites.

Tão grande
quanto meus pensamentos
materializados à ponta de grafites...

São meus momentos
que aglutino
para não deixar dispersos.

Afinal é meu destino
projetar-me ao exterior,
através de versos.

Saio de mim por meus punhos
escorro pelos dedos
e viajo nestes meus rascunhos!

Rui E L Tavares

(20/06/2010)

APOSTA ERRADA

Apostei tudo
neste amor
e perdi.
Agora,
aqui,
no descaminho das horas
vejo meus agoras
perderem-se na solidão...

Baila o tempo ante meus olhos
na dança urdida
pelo destino mal traçado,
num carteado
traiçoeiro
onde perdi tudo...

Contudo,
tenho a carta da esperança,
a da perseverança
e do amor...

Mesmo agora,
já no seio da aurora,
aposto que este telefone vai tocar...

E toca...

Atendo com voz agitada:
- Alô meu amor, volta para mim!
O silêncio...
Ligação cortada,
a sensação
de perda,
a decepção...
Mais uma aposta errada!

Rui E L Tavares

(20/06/2010)

"TEIA DE VAIDADE"

Será que o Poeta ama a Poesia,
quando alardeia...?
Ou faz dela uma via
como a aranha faz da teia...?

Será que o Poeta é desses
que faz do dom um trampolim,
manipulando interesses
para chegar a desejado fim...?

Acho que sim...!
A Poesia se esconde atrás de uma janela
enquanto o Poeta escreve verso a fim
de que sirva à alguma cinderela.

O ego se banha de hipocrisia
no verso que mascara a verdade
tornando-se uma tarântula da Poesia
a tecer uma teia de vaidade!

Rui E L Tavares

(19/06/2010)

"MINHA VINGANÇA"

Que droga!...chove,
troveja,
tudo molhado...
Relampeja.

PC desligado, inerte
sem nexo,
sensível, delicado...
Complexo.

Raios que o parta,
riscam o céu...
Tudo desconectado,
parece um mausoléu.

Inútil máquina,
não abre nenhuma janela
recolhe-se a inoperância
quando mais preciso dela...

Raios, trovões...
Parece não ter fim
e essa joça de PC
ainda ri de mim.

Deixa estar,
ri, vai fundo
monte de lata inútil...
Também vou me desligar
quando tu mandar no mundo!

Minha vingança
Será maligna!!!

Rui E L Tavares

(19/06/2010)

"O TEU ESPELHO"

Nada é mais sincero que o espelho
reflete o que a ele é exposto
não mascara, não mente, não dá conselho
nem esconde as rugas do teu rosto.

Espelho mágico, ah! é mera fantasia
o espelho não tem vida, nem sentimento
enganá-lo, nem queira, é utopia
não tem como mentir o teu momento.

Se a verdade te dói, cultue a ciência
do que falo na forma de conselho
podes enganar a tua consciência
mas nunca enganarás o teu espelho

Rui E L Tavares

(19/06/2010)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

MEU SONHO, MINHA VIDA!


Um sonho, nada mais que isso
ronda as minhas noites e vela
momentos de sono, depois disso,
as eternidades pensando nela.

Já é um sonho vivo, permanente
tão vivo quanto o passar das horas,
vivo nele e ele em mim, eternamente
numa sequência infinita de agoras.

Está em mim, na fórmula da essência
que me torna um ser espiritual
tornando-se fagulha de consciência
que faz lembrar minha origem divinal.

Amo essa mulher com tal pureza
que jorra amor das vazantes dos meus veios
escorrendo neste sonho e na certeza
que jamais secarão os meus anseios.

Mas é um sonho, ...Sonho da minha vida
que entristece o lume do meu cenho
pois dessa santa mulher querida
nem ao menos um sorriso eu tenho!

Rui E L Tavares

(18/06/2010)

PRODUTO URBANO

Intrínseco esse teu jeito
mundano,
vazio e frio,
urbano.

O asfalto te faz bem,
é teu reduto.
Do concreto és dileto
produto.

Entre ruas e avenidas,
edifícios...
Repercutes e curtes
os teus vícios.

Moras num pombal
onde até a vida medra...
Normal, afinal
teu coração é de pedra!

Rui E L Tavares

(16/06/2010)

LEMBRO DE TI


Sozinho à noite
lembro de ti...
Morena,
sorriso de Sol,
olhar de estrela.

Lembro de ti
e me refaço
no tempo
das horas
da tua ausência...

Tantas noites,
tantos dias...
Lembro de ti
por esta solidão
que me devora.

Lembro de ti agora,
ontem, hoje,
sempre...
A cada instante
lembro de ti.

Lembro de ti
eternamente.
Do teu andar elegante,
do teu beijo quente,
do teu corpo vibrante.

Lembro de ti na aurora,
no pôr-do-Sol,
na madrugada...
No banho, na cama,
em todo lugar.

Respiro a tua memória
em cada partícula de ar
sorvendo eternidade...
Se me faltares na lembrança,
morrerei de saudade!

Rui E L Tavares

(16/06/2010)

FECUNDAÇÃO...

Rasgo o tênue véu
que cobre-te
os mistérios...

Ultrapasso o Sol
limitrofe
dos teus critérios.

Penetro em ti
e descubro-te
escondida...

Atrás da porta molhada
esperando de mim
uma nova vida.

Aprofundo-me no relicário,
do teu corpo
e planto uma flor...

Deposito em ti
a essência vital
fecundando o amor!

Rui E L Tavares

(15/06/2010)

"GEMIDOS"

No breu da noite
nenhuma estrela,
nuvens cobrem a Lua...

Lâmpadas acesas
projetam sombras
no piso da rua.

Chove, venta...
Uivos no telhado,
uma noite de terror...

Não aqui,
no nosso leito,
onde chove amor.

Lá fora
madrugada tétrica,
estranhos ruídos...

Em nossa cama
suspiros de prazer,
gemidos...!

Rui E L Tavares

(15/06/2010)

ENTRE A VIDA E O TEMPO

Tudo se movimenta
nada fica inerte
entre a vida e o tempo
existe um contínuo flerte.

Que não chega a ser namoro
porque ele não encara
ela se insinua
mas ele passa e não para.

Ela, então, de tristeza
começa a se definhar
pela indiferença do tempo
que a desdenha sem parar.

E assim ele vai, ela fica
ele um bólido louco
nos instantes se despede
levando da vida um pouco.

Vida sem tempo não tem nexo
tempo sem vida também não
mas o tempo é eterno
a ela resta a ilusão.

De juntar-se ao tempo na morte
à luz de outra verdade
concretizando o casamento:
- vida e eternidade !

Rui E L Tavares

(12/06/2010)

TENS TUDO...


Tens romantismo do anoitecer,
pela macia de avelã...
Tens a ternura do adormecer
e a luz do acordar na manhã.

Tens nos olhos o azul celeste,
no rosto, radiante arrebol...
Tens o sorriso que te veste
com a luz que vem do Sol.

Tens o arco-iris nos cabelos,
na voz, o canto dos rouxinóis...
Tens os encantos e posso vê-los
sobre a maciez destes lençóis.

Meu Deus, o que mais posso querer
se tudo que quero está contigo
e neste leito, ao anoitecer,
estás aqui junto comigo.

Como é estranho tudo isso...
Tens tudo que minh'alma quer
mas apesar disso
eu amo outra mulher!

Rui E L Tavares

(12/06/2010)

ANOITECER EM MIM

O Sol se põe e lá naquele canto
onde deita-se, além do horizonte,
apaga as luzes, mas entretanto
a luz da Lua surge ali defronte.

Com ela, no céu surgem estrelas
numa malha rala e cintilante
e o luar, enciumado, ao vê-las
veste a noite em mágico instante.

Tudo se ilumina em matiz ameno
sem o calor do Sol cai o sereno
orvalhando as rosas do jardim.

Desce a noite estendendo um véu
que começa lá no breu do céu
e termina ao chegar em mim!

Rui E L Tavares

(12/06/2010)

SONHOS DE UM POETA

Vestir a realidade,...transformá-la
ao ensejo que lhe prolonga a mão
dando ao cotidiano fantasiosa meta.

São ditames de mágica inspiração,
sonhos efêmeros de um Poeta...

Pintar em ouro a obscuridade,
pincelando-a com requintes de valor
do tempo, invertendo certeira seta.

São utopias que bailam ao sabor
dos sonhos inspirados de um Poeta...

Reduzir grandezas insondáveis
ao tamanho exato da imaginação
que cabe inteira na dimensão do verso.

É sonho de um Poeta, mente em ebulição
pelos domínios misteriosos do Universo...

Vencer o invencível,... ver a sua origem,
numa palavra dizer a beleza da flor,
mostrar o futuro num Poema, como profeta.

Esgotar num verso o tema AMOR,
são sonhos efêmeros de um Poeta.

O Poeta, essa alma flutuante, rarefeita,
entre os sonhos, tem um só que é permanente...
- Escrever a Poesia perfeita!

Rui E L Tavares

(11/06/2010)

O QUE SINTO POR ELA...


Diante dessa mulher que amo tanto
maldigo-me o pensamento obsceno
como posso amá-la assim e no entanto
sentir este desejo vil e tão pequeno.

Ela é Deusa e adorá-la é meu destino
amá-la num altar, admirar seus traços
sem acalentar este louco desatino
de querê-la impúdica nos meus braços.

No entanto a quero, amo, já nem sei
se este amor puro e santo profanei
com a defloração infame do ser carnal.

Mas no entanto sei que amo e que quero
não importa se profano ou venero
pois o que sinto tem origem divinal.

Rui E L Tavares

(09/06/2010)

SAUDADE DO TREM...


Lembro das viagens de trem
sempre aos fins de semana
no trajeto, piadas e lorotas
de Pedro Osório a Pelotas,
ah! quanta saudade emana...

Era a Maria Fumaça
apitando estrada afora...
Eu com a roupa enfumaçada
visitando a namorada
ah! quanto tempo foi embora...

Meu Deus!... Quanta saudade,
daqueles Domingos esperados
quando o trem me conduzia
num encanto de poesia
ao nosso encontro de namorados.

Apitando este outro trem
sinto-me feliz e encantado,
volta-me a mesma alegria
neste EXPRESSO DA POESIA,
que já vivi no passado...!

Rui E L Tavares

(03/06/2010)

DANÇANDO AO LUAR

Estrelas como pétalas de rosa
Despencam do céu em mimos derramados
Neste cenário onde a Lua esplendorosa
Cobre de luar casais de namorados.

Tão apaixonados, esquecem as horas
Entre carinhos tantos, quentes beijos
Rendendo-se ao amor já sem demora
Declaram ao luar os seus desejos.

Entre eles estamos e nosso amor
Resplandece neste jardim em flor
Neste valsar de mágico momento.

Intercalamos nossos passos leves
Com beijos ardentes e nada breves
Causando à lua constrangimento.

Lena Ferreira & Rui E L Tavares

01/06/2010

RAZÃO SEM RAZÃO...

RAZÃO SEM RAZÃO...

Quando minha razão tonta
deu-se conta,
a vida passou...

Deixando rastro indefinido
do tempo perdido
que nunca mais voltou.

Da minha vida, o ouro
hoje jaz num sumidouro
diluído em experiência...

Mas minha razão tonta
disso não se dá conta,
quer materializar a consciência!

Rui E L Tavares

(30/05/2010)

FOLHAS AMARELADAS

FOLHAS AMARELADAS

Tenho nas mãos, o tempo
mas não posso manipulá-lo
nem mesmo revertê-lo...

Apesar de tê-lo em mãos,
não posso tocá-lo,
nem ao menos vê-lo.

Posso apenas recordá-lo
nestas folhas amareladas
que reviro uma a uma...

Sem poder, no entanto
reviver, nem que seja,
por momento alguma.

Seguro o tempo que se foi
e que nestas folhas registrei
sem poder reverter-lhe a trajetória...

Em meio ao pó que a vida deixou
leio o que escrevi
contando a nossa história.

Em minhas mãos tanta felicidade,
tanta alegria transcorrida
naquelas horas passadas...

Hoje apenas registros,
frases que viraram saudade
nestas folhas amareladas.

Rui E L Tavares

(30/06/2010)

O TEMPO NO ESPELHO

O TEMPO NO ESPELHO

Críticos
são os olhos do tempo
que te observam do espelho
por onde te refletes.

Essa imagem
é teu juíz,
a sentença transitada
à qual te submetes.

Esses cabelos brancos,
as pálpebras caídas,
a aparência cansada,
esse timbre de voz...

São marcas do tempo
que levou teus viços
como um contínuo vento,
impiedoso algoz.

O castelo que não erguestes,
a hora que não pregastes a paz,
o livro que não escrevestes,
a árvore que não plantastes...
Tudo ficou para trás.

E essa imagem no espelho,
como um credor determinado
faz no teu presente uma cobrança
de todas as dívidas do passado!

Rui E L Tavares

(29/05/2010)

MINHAS MÃOS

MINHAS MÃOS

Eu sou alma,
o centro da vontade,
das virtudes
e atitudes
expressas nos meus atos.

Sou invisível,
mas num corpo me materializo
pelos enfoques
e toques
dos meus aparatos...

Minhas mãos
são meus sensores,
expressões dos meus intentos,
dos momentos
que venho ao mundo real.

Por minhas mãos
mostro o que sinto...
Posso ser arma, posso ser flor;
talvez ódio, talvez amor...
Por elas eu sou material.

Minhas mãos são tentáculos
por onde busco energia
e levo minha consciência,
fagulhas da minha essência
que se transformam em meta.

Por minha mãos,
eu sou anjo ou sou demônio;
sou treva da noite ou luz do dia,
sou blasfêmia, sou poesia;
por minhas mãos, sou poeta!

Rui E L Tavares

(28/05/2010)