Aqui sopram ventos mais amenos
que afagam este chão abençoado
são ares que sopram serenos
ondulando o pampa esverdeado.
No litoral o mar agitado
em dias quentes de pleno verão
e as dunas que mudam de lado
são efeitos do vento Nordestão.
Na orla ele sopra implacável
vindo da direção do nordeste
e permanece assim imutável
enquanto tudo de areia se veste.
Fim de outono, e as frentes frias
que chegam já um pouco geladas
noites mais longas e curtos dias
anunciam o tempo das geadas.
Dos ventos gaúchos chega o mais famoso
o Rei desta época do ano
do sudoeste vem gelado e garboso
um patrimônio do pago, o Minuano!
Vem logo atrás da frente fria
das bandas da origem polar
e no inverno, mesmo de dia
seu contato chega a cortar.
Cortante como também é chamado
na coxilha revorteia e estala
uiva na cumiera do telhado
e penetra na textura do pala.
E na cozinha do rancho, singela
onde queima a brasa da lenha
se apronta um carreteiro na panela
e a prenda num bordado se empenha.
Chega o peão que na lida
a ação do Minuano suportou
pois esse vento faz parte da vida
do gaúcho que a ele adotou.
São amores do nosso coração
o verde do pampa, este céu tão azul
a prenda, o churrasco, o chimarrão
e os ventos que sopram no sul.
Rui E L Tavares
(17/08/2009)
)
