domingo, 28 de março de 2010

POBRE MENINO DE RUA

Na periferia do sonho
desiludido,
perdido
na vida
vamos lhe encontrar.
Sem eira
nem beira,
sem poder sonhar.
Tudo lhe é distante:
-O amor,
-um carinho,
são horizontes
que não consegue enxergar.
Sozinho no mundo,
atirado,
abandonado
à própria sorte
espera a morte chegar.
Pobre menino de rua
que da Lua
faz a sua lamparina;
da calçada
o seu leito;
da rejeição
a sua sina.
No peito
um imenso vazio;
na alma o desamor;
no corpo
o frio
das noites de inverno.
Pobre menino de rua,
nos olhos
o brilho da inocência,
uma esperança
talvez...
Uma lembrança
quem sabe...
É apenas um menino
na verdade,
em qualquer cidade
por ai
neste mundo de Deus!
Mas as multidões
que passam por ele
não ouvem o seu pedido,
viram-lhe as costas
como se fosse um bandido.
Pobre menino de rua,
que futuro terás
nesta sociedade seletiva,
preconceituosa
que extirpa
um botão como tu
impedindo de se tornar uma rosa!

Rui E L Tavares

(28/03/2010)

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