quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

SEMPRE ASSIM

Sopros divinos
em surdos ouvidos
sermões, repicar de sinos
no nada, diluídos...

Insensibilidade ignorante
desleixo proposital,
bússola no horizonte
do caminho infernal!

É sempre assim
a chamada humanidade
cava a sepultura do fim
cada vez mais longe da verdade...

O repetir do incoerente
parece ser rotina
humano racional, inconsequente
incapaz de mudar a sua sina.

Conhece o andar certo
mas caminha noutro passo, enfim
vai sempre pelo mais perto
embora errado, é sempre assim!

Rui E L Tavares

(28/01/2010)

TINTA NAS VEIAS POÉTICAS


Verso cor carmim
de suave tom
da cor do teu batom
que ficou em mim.

Na minha boca
naquele dia
que pintamos em poesia
um beijo na tela louca.

Sem definição
apenas explosão de ensejos
em pinceladas de desejos
vindos do coração.

Expressões sintéticas
que só a alma pinta
registradas em tinta
de nossas veias poéticas.

Rui E L Tavares

(28/01/2010)

NÃO EXISTE PECADO NO AMOR


Sublime são os desejos
pelos caminhos além dos beijos
que têm teu corpo sedutor.

Tu és parte da minha essência
eternidade na minha consciência
grau a mais no meu calor...

Tu és a minha anuência

que não existe pecado no amor!

Rui E L Tavares

(28/01/2010)

ILUSÃO

Sede de amor
num deserto de afeto
perfume de flor
num gélido projeto...

Sinfonia
delicadeza em ressalto
frescor da poesia
no calor do asfalto...

Derretendo o verso
ao vapor da indiferença
como vozes do Universo
dissolvendo crença...

A certeza afirma
nessa maldita sensação
de que nada se confirma
tudo não passa de ilusão!

Rui E L Tavares

(28/01/2010)

PASSO MARCADO

Passo marcado
na dança...
Decorado
na leitura
teórica
da partitura.

Passo marcado
estabelecido
determinado
ao bailarino
no livro
do destino.

Passo marcado
aceito e
registrado
na ata lida
antes
da vida.

Passo marcado
definitivo
acabado
o mais forte
que determina
o mergulho na morte!

Rui E L Tavares

(28/01/2010)

NA PONTA DOS PÉS

Silencioso, sorrateiro
feito um ladrão
casaco na mão
e um forte cheiro...

Chego da folia
não de um sarau
com uma cara-de-pau
ao raiar do dia...

É Quarta-Feira
eu volto assim
com as sobras de mim
mas a consciência inteira...

Ela é minha amarra
poderosos laços
onde volto aos braços
depois da farra...

Com medo do revés
chego da avenida
voltando da "vida"
na ponta dos pés!

Rui E L Tavares

(28/01/2010)

O DIA e a NOITE...


O dia,
vestiu-se à rigor
perfumou-se
e foi viver a noite...

Ela,
que já lhe esperava
estrelou-se
e se maquiou de luar...

Os dois,
unidos pelo crepúsculo,
além do horizonte,
fartaram-se de tanto amar.

Desse amor originou-se
o nascimento da Poesia
na aurora, e chamou-se
"Raiar-de-um-Novo-Dia"

Rui E L Tavares

(27/01/2010)

POSSÍVEIS REAÇÕES

Tropeço
nas dúvidas
quando caminho
em busca de certezas.

Lanço teses nos trajetos
tento colher soluções
porém esbarro nos projetos
de tantas indecisões...

Incertezas,
essas tem química perfeita
definida
no andar da vida.

O resto,
são meras indefinições,
experiências tentadas
na busca de possíveis reações!

Rui E L Tavares

(26/01/2010)

DE REPENTE!

De repente
no céu
não tem mais Sol!
É tudo escuro;
não tem mais luz
nem arrebol...

Estrelas não tem mais
lá em cima,
no céu apagado!
Cá em baixo,
não tem mais calor
tudo está gelado...

No meu céu
não tem mais tu,
nem flor!
No meu peito
não tem mais vida,
nem amor...

De repente
um forte vento,
de roldão!
Levou tudo,
trouxe a tempestade
e com ela a solidão.

Rui E L Tavares

(25/01/2010)

POR QUE ISSO TUDO?

Por que te fazes
de inocente
quando és vilã?

Por que não trazes
estampado
pela manhã...

O semblante
marcado
do verdadeiro eu?

Por que não mostras
o rosto
que é teu...

Que semeia
tanto desgosto
no meu?

Por que isso tudo
e contudo
depois do fim...

Nada muda,
eu te amo
mesmo assim?

Rui E L Tavares

(26/01/2010)

"VIAGEM SEM VOLTA"


Um dia tudo termina
o próprio coração é mortal
antes que se feche a cortina
e se complete a sina
por que não aceitar afinal?

São os estágios passageiros
que compõem a existência
podem se tornar verdadeiros
e se fazerem posseiros
de algum lugar na consciência...

Ou podem ser apenas banais
lampejos de tênue chama
fracos desejos sequenciais
ditos casos normais
que não vão além da cama.

Como o nosso, são esses amores
nem constam da história
desabrocham como as flores
em breves esplendores
sem registros na memória.

A alma não leva amor assim
quando do cárcere se solta
e parte livre, enfim
para o supremo jardim
numa viagem sem volta!

Rui E L Tavares

(25/01/2010)

SEM PRUMO

Como se ébrio fosse e tropeçasse
na própria sombra que me persegue
e, de repente, numa esquina me encontrasse
com o destino amargo que me segue...

E, a mim mesmo, eu visse num espelho
andando pela vida sem um rumo
e ouvisse a voz da imagem num conselho:
- Acorda! Volta de novo ao meu prumo...

-Esse amor te faz perder a compostura
e no reflexo sou eu que fico torta;
-Tempera de alegria essa amargura
e fecha à tristeza essa porta...

-Quero estar ereta e refletida
neste espelho que de nós é o refletor;
-Põe um prumo firme em nossa vida;
-Esquece, para sempre, esse amor!

Rui E L Tavares

(24/01/2010)

CONQUISTAS

No mar superei ondas gigantescas
no ar ultrapassei várias turbulências
para lapidar as formas grotescas
do meu ego e suas múltiplas convergências.

Fiz dos pés resistentes pisadouros
insensíveis às brasas do caminho
conquistei vitórias, busquei os louros
só não pude buscar o teu carinho.

Faltou-me na vida esse tal proveito
que fiquei querendo agregar no peito
qual troféu concedido ao vencedor.

Mas por mais que das metas conquistasse
entre todas as metas que buscasse
nunca foi minha a luz do teu amor!

Rui E L Tavares

(24/01/2010)

- FIM DE UM FALSO AMOR -


Brincastes comigo como se eu fosse
o rato e tu o gato
fizestes de ti um doce
e de mim o fundo do prato.

Fui para ti parco brinquedo
num pobre circo de marionete
onde manipulastes todo enredo
à custa de algum confete.

Com palavras falsas, vazias
ditas às avessas da verdade
pintastes em poesias
o avesso da realidade.

Nunca foi assim como dizias
pois dizias sentir amor imenso
enquanto que por dentro rias
do teu esnobe e inútil contrassenso.

Fizestes da minha noite um dia,
da minha Lua fizestes um belo Sol
mas hoje minha cama está fria
levastes contigo o calor do meu lençol.

Fostes embora nas asas da ausência
sem ao menos uma reles despedida
apagando a luz da minha consciência
semeando trevas em minha vida!

Rui E L Tavares

(24/01/2010)

TERREMOTO

Pedras
duras
pontiagudas
dentro dos meus sapatos.
Carrancuda
a acolhida
desta vida
com todos seus aparatos.
Muros
escuros
intransponíveis
nos meus caminhos.
Espinhos
maldosos
impiedosos
nos meus pés agora descalços.
Vida amarga
carga
pesada
sobre meus ombros...
E ela acaba
desaba
sobre mim
em mortais escombros!

Rui E L Tavares

(23/01/2010)

SONHO BISONHO

Foi bisonho
o sonho
desta noite,
que sonhei...

Um sonho
tão tristonho
inexperiente
que nem sei...

Um sonho inédito
sem crédito
tão irreal
que não acreditei...

Eu sonhei
com o Paraíso
e sem juízo,
que te amei...

Foi tão falso
o meu sonho
bisonho,
que acordei!

Rui E L Tavares

(23/01/2010)

sábado, 23 de janeiro de 2010

SANIDADE


Instantaneamente
acordo da utopia
e vejo a luz do dia
com toda intensidade,
restaurando minha alegria.
É um bom presságio,
um novo rumo
ou nova meta,
estou no prumo.
Meu interior relaxa
meus sentidos acalmam.

Sinto-me completo
ouço os clamores dos elementos,
livre dos males,
protegido dos maus ventos
que já não habitam minha mente,
com seus falsos intentos.

Gosto da brisa suave
roçando de leve meu rosto,
aos percalços imprevistos
que libertam o desgosto.
Nunca me deixei reduzir a pó,
mesmo cansado não me entreguei
a nenhuma tentação negativa
nem, em instante algum, surtei!

Rui E L Tavares

(23/01/2010)

SE MINHA VIDA FOSSE...


Se a vida fosse feita de quimera,
dessem mudas no jardim das utopias
colheria sementes de Primavera
e semearia nas horas dos meus dias.

Se de sonhos fosse, ah! quem me dera,
do Outono buscaria o frescor
e a tornaria viçosa como a hera,
esplendorosa que nem rosa flor.

Do Verão traria essência de calor,
do Inverno o aconchego sedutor
e te traria com magia de atração.

Sendo assim, nesse mágico juízo
a minha vida seria um Paraíso
num utópico mundo de ilusão!

Rui E L Tavares

(22/01/2010)

SUSTENTAÇÃO

Sustentáculo
do meu ego,
prego
que me fixa à vida.

Bandeira
amada
desfraldada
na minha fé.

Meu oráculo,
fonte,
horizonte
do meu olhar.

Meu objetivo,
luz
que me conduz
nos rumos da emoção.

Minha escada,
meu próprio eu
DEUS meu...
Minha sustentação!

Rui E L Tavares

(22/01/2010)

MEU SIGNO É VOCÊ


Seus olhos são o meu astral
determinam, afinal
as previsões do meu dia...

Você é a minha poesia
a minha desejada previsão
a satisfação do meu lado divinal...

Você é o concreto da minha ilusão

O signo perfeito do meu zodiacal!


Rui E L Tavares

(22/01/2010)

TANTO FAZ

Tanto faz que me queiras ou não
o que me importa?
há muito saístes pela porta
que abristes no meu coração.

Tanto faz a tua indiferença,
esse teu jeito esnobe de sorrir,
esse prazer que sentes em me ferir,
essa invasão no meu ser sem pedir licença.

Tanto faz se matas a minha esperança
logo ao sair da nascente,
se num ato debochado, indiferente
continuas habitando-me a lembrança.

Tu és o algoz da minha paz
e, no entanto, é por ti que eu chamo,
é somente a ti que eu amo,
nada vai mudar isso, ...tanto faz!

Rui E L Tavares

(22/01/2010)

SOFRIMENTO


Dor,
lado negativo do prazer
contrapartida
na vida
até morrer...

Amargura,
destruidora do estado de gozo,
do instinto corporal
ou extra carnal
que faz do viver um ato doloroso...

Sofrer,
penalidade inerente
ao ser humano ativo
que por estar vivo
padece continuamente...

Catástrofe,
Vulgarização do sofrimento,
pena imposta pela natureza
com requintes de frieza
na fração de um momento...

Sofrimento,
lado negativo da foto,
oposto do sorriso,
inferno no Paraíso,
escombros do terremoto!

Rui E L Tavares

(22/01/2010)

SOL DO MEIO DIA

O Sol nasceu da magia
do encantado arrebol
E como lençol
estendeu o dia...

Prás bandas do leste
na abóbada celeste
desfraldou a luz...

Astro-Rei que imponente
pelo Universo conduz
um sistema vital latente
cuja perfeição seduz...

Meio dia, metade do caminho
e o Rei sozinho
segue seu trajeto...

Ainda mais aqueceu
distribuindo afeto
o reinado é todo seu
seu poder se fez completo...

Sol do meio dia
motivo de poesia
na inspiração do poeta...

Sol da vida, o céu é teu!
E o calor que agora emana
da tua coroa soberana
está no esplendor do apogeu!

Rui E L Tavares

(21/01/2010)

QUANTO QUERER TE QUERO!


O que direi, para que de fato
diga como te quero tanto
direi, talvez, com aparato
mas com humildade no entanto.

Quem sabe, comparando ao Universo
eu diga o tamanho deste amor
e consiga colocar num verso
uma pétala que seja dessa flor.

Meu querer por ti é como rosa
soberana flor da natureza
que no jardim, de tão formosa
transborda do interior tanta beleza.

Deus! quanto querer te quero
mais do que meu coração pode querer
creia-me, amor, eu sou sincero
e não suportaria a dor de te perder!

Rui E L Tavares

(20/01/2010)

POR QUE SOMOS TÃO IRRACIONAIS?

Raciocínio,
inteligência,
poder,
domínio das espécies
e muita negligência.
Pleno conhecimento
do certo,
do errado,
do caminho mais curto
Para que tudo fique perto.
O homem é um potencial,
o soberano deste mundo,
único,
diferenciado,
no seu âmago mais profundo.
Deus nos fez
à sua semelhança
e do caminho,
deu-nos a escolha,
cabe a nós honrarmos sua lembrança.
No entanto,
esquecemos do amor,
única estrada de retorno
na volta da vida terrena
para os braços do Criador.
Sabemos disso,
são nossos desígnios divinais
temos a luz a nos guiar,
o discernimento para decidir,
por que somos tão irracionais?

Rui E L Tavares

(20/01/2010)

"TEMPESTADE DE AMOR"

Teus olhos,
caminhos do paraíso,
faróis
nas águas deste mar
revolto,
que agita
o âmago do meu interior.
Promessas de amor,
apelos calados,
eloquentes,
no silêncio da noite,
que envoltos em carinho,
sozinhos,
chamam por mim.
Sereias,
loiras azuis
na ilha encantada
do teu rosto,
entoando um canto
mágico
que me atrai.
Meu porto,
para onde navego,
pela luz
que me conduz,
ao aconchego sedutor,
vencendo ondas gigantes
nesta tempestade de amor!

Rui E L Tavares

(19/01/2010)

A ROSA QUE EU VEJO...

Vejo-te altiva rosa desabrochada
pelo sol que te banhou pela manhã
e pelo sereno que caiu na madrugada...

Que te orvalhou, dando um toque de avelã,
a altivez do porte na cor carmim
e te fez, garbosa, te abrir sozinha...

E, entre todas as flores do jardim

ter o encanto que só tem uma rainha!


Rui E L Tavares

(18/01/2010)

*MEU REFÚGIO*

Meu doce refúgio predileto
está entre teus braços,
neles tem carinho, tem afeto...

Tem alívio para meus cansaços
na magia contida em tuas mãos
e na doçura dos teus desvelos...

Na ponta dos teus dedos tem paixão

ao acariciar, de leve, meus cabelos!


Rui E L Tavares

(18/01/2010)

ENTRE MUNDOS

Perambulo num espaço
entre dois mundos
um de verdade
outro de magia...

Às vezes, estou num
escrevo versos
vejo cores
faço poesia...

Às vezes, estou no outro
não tenho inspiração
vejo catástrofes
não vejo a luz do dia...

Mas neste espaço
ilimitado
entre mundos
vejo-me multicor...

Aqui eu me refaço
converso comigo
no aconchego
do meu interior!

Rui E L Tavares

(18/01/2010)

"A MESMA SAUDADE"

Carência
de ti
sonho que acalentei...

Na noite insone,
saudoso,
não sonhei!

A vida parou
na madrugada,
pareceu vazia...

No meu pergaminho,
o branco,
de nenhuma poesia!

Na cama
a mesma ausência,
a mesma realidade...

No coração a tristeza
do sonho não sonhado
e a mesma saudade!

Rui E L Tavares

(18/01/2010)

SABOR DA CONQUISTA

Quero aquela luz
lá no fim da pista
molhada
lubrificada
para eu passar...

Será minha vitória
minha conquista
supremo pormenor
maior
a me esperar...

Não esmorecerei
neste meu almejo
serei tenaz
jamais estarei atrás
serei sempre o primeiro.

Ali está a luz
sinto o sabor da sua claridade
cristalina
divina
tão luzida...

Cheguei, entrei, sem a mola propulsora
só a essência. Como é doce o sabor da conquista!
Sou vitorioso,
venci a corrida,
é minha a medalha da vida!

Rui E L Tavares

(18/01/2010)

SUPREMACIA

No jogo da vida
busca-se o melhor lugar
para de lá, comodamente,
ver o tempo passar.

Busca-se o louro
constantemente
no andar da carruagem
que passa velozmente.

É preciso estar acima
ser um dente forte na engrenagem
para, no girar da polia,
ter a melhor imagem.

O óbvio é pouco nessa luta
a meta é a supremacia
mesmo que pisemos
nos versos da poesia!

Rui E L Tavares

(18/01/2010)

SOLO FÉRTIL


Este desejo que me assalta é voraz
colossal, me prostra já vencido
como um pobre amante incapaz
de resistir aos anseios da libido.

Nesta cama, com esse sorriso meigo
expões o corpo, com promessas no olhar
que tornam até mesmo um leigo
especialista na arte de amar.

Engolindo em seco a saliva doce
debruço-me sobre ti em ânsia louca
sinto meu coração como se fosse
sair latejando em plena boca.

Beijo teus lábios, já desnudo
de obstáculos materiais e de pudor
disposto a fartar-me de tudo
que pode me ofertar o teu amor.

E tu, como eu, o outro polo
extremos que se atraem, diferentes
recebes como fertilizado solo
a graça de gerar minhas sementes!

Rui E L Tavares

(16/01/2010)

"SOU UM VÍRUS"

Olho para o mundo
e para mim
procuro-me culpado
por este mundo alquebrado
estar à beira do fim.

Que fiz eu, que nada fiz
nem de bem, nem de mal
só sobrevivi
nem sei por que estou aqui
por que me chamam racional.

Eu não sou nada disso
sou um vírus, isso é o que sou
mas não um vírus normal
sou um muito mais letal
e por ai, destruindo, eu vou.

Poeta? pois sim, é fria!
Quero mesmo é me reproduzir
esta célula que se dane, é minha
vou devorar todinha
e depois me autodestruir!

Rui E L Tavares

(16/01/2010)

"CIÚME PRA CACHORRO"

Faz de mim
teu cachorrinho
assim
de banho tomado
e bonitinho...

Quero latir pra ti
au, au!
e fazer xixi
em agrado
no primeiro poste de pau...

Põe uma coleira
eu deixo!
Coça a minha coceira
não me queixo
quero ir passear...

Vamos ver o mar
põe o fio dental
não esquece de levar
o bronzeador
pra você, sou cachorro, afinal...

Deita na esteira
estou aqui para te proteger
se outro cachorro der bobeira
vai ter que correr...
Corro atrás e vou morder!

Rui E L Tavares

(16/01/2010)

PRESENÇA DE DEUS

Parti-me em dois
e depois
segui rumos diferentes.

Caminhei por um deserto
bem perto
da aridez do desamor.

Semeei sementes
entre as vertentes
e vi nascer a flor.

Vi, na frente, afinal
a cara do mal
encravada no caminho.

No outro, vi a estampa do bem
vi luz também
de luminosa fonte...

Como partes, voltei ao ninho
e sozinho
juntei-me novamente.

Então pude constatar
o que já era evidente,
ao me juntar...

Deus não escolhe caminho
está presente
em qualquer lugar!

Rui E L Tavares

(15/01/2010)

"UM AMOR GRANDE DEMAIS"


Imenso amor!
Grandioso, inteiro
extrapola meu celeiro
se faz jardim
se torna flor.

Dentro de mim!
Além do meu interior,
transborda para o exterior
se faz universo
se torna poesia.

Cresce no meu verso!
Fulgura no meu dia,
preenche a alma vazia
se faz escuro
se faz luar.

Amor puro!
Um oceano a se espraiar
nenhuma praia a lhe estancar
se faz infinito
se torna mais e mais...

Amor bendito!
Não morrerá jamais
pois é grande demais
se faz maior que a vida
se faz superior à morte!

Rui E L Tavares

(15/01/2010)

UM GRITO

Um grito
oriundo
de gargantas secas
vara o mundo...

Ecoa,
transpõe barreiras,
vibra,
não tem fronteiras...

Um brado
de dor
pela paz,
pelo amor...

Um grito
de anseio
que se propaga
no meio...

Um grito
que do homem emana,
retumba nas consciências
e morre na indiferença humana!

Rui E L Tavares

(15/01/2010)

CANÇÃO DE AMOR


Notas de suave melodia
ecoam no teatro fechado
rouxinol a cantar poesia
atrás do palco cortinado...

O silêncio por platéia
por ovações, meus passos
melódicos acordes de uma idéia
que já simbolizou nossos laços...

É influência, talvez, do ambiente
imagino o ato, é pressuposto
mas e esta lágrima quente
que molha as rugas do meu rosto?

O piano, ah! Doce acompanhamento
com a voz, perfeita harmonia
extasiado vivo o momento
que já vivi, outrora, noutro dia...

Abrem-se as cortinas do passado
e como do além, surgida flor
no palco, agora iluminado
cantas nossa canção de amor!

Rui E L Tavares

(14/01/2010)

AH! ESSA DAMA...


Ah! Essa dama da noite
Que chega assim, sorrateira
Com alegria faceira
Deixa a minha alma em afoite.

Ah! Essa dama do luar
Que chega depois do pôr-do-sol
Cobre-se com meu lençol
E diz que veio me amar.

Ah! Essa dama tão doce
Pele clara como a Lua
Assim, divinamente nua
É como se Vênus fosse.

Ah! Essa dama perfumada
Que me faz delirar de amor
Com essa fragrância de flor
Pelo corpo impregnada.

Ah! Choro por ela agora
Pois ao raiar do dia
Acaba-se a poesia
Minha dama vai embora!

K.chiabotto e Rui E L Tavares

DIVERGÊNCIAS


Descaminhos
entre caminhos itinerantes
desvios, desalinhos
afastamentos constantes...

Meros caprichos descabidos,
divergências de opiniões
desencontros resumidos
a uma troca de acusações...

O ciúme é componente
básico e preponderante
mas são divergências somente
coisas de um único instante...

Depois, ah! depois as bonanças
vencidos os desafetos
imperam os afetos
e brincamos feito crianças!

Rui E L Tavares

(13/01/2010)

EU & TU


Eu e tu,
nós...
Duas personalidades
num só rumo!

No prumo
dos elos
interligados
na mesma intimidade!

Eu e tu,
uma realidade,
dois destinos
convergentes...

Que constantemente
buscam-se nos dias
pelo trajeto do tempo
em vidas separadas!

Eu e tu,
duas essências
diversas
num mesmo pó!

Almas que se atraem
na energia
da poesia
querendo ser uma só!

Rui E L Tavares

(13/01/2010)

ÀS MARGENS DO RIO II

Às margens do rio pesquei
um belo peixe e te dei
assustada tu fugiu
corri e te peguei...

Linda! seio empinado
vulto esbelto, delgado
cheiro atraente de cio
pelo corpo impregnado...

Rolamos pelo chão
consumidos pela paixão
deixamos rolar o clima
do mais louco tesão...

Fomos dois animais no cio
nus em pleno frio
entramos um no outro
preenchendo o nosso vazio...

E o peixe?
- O peixe voltou pro rio!

Rui E L Tavares

(11/01/2010)

MEUS SONHOS

Um vaso quebrado, no chão,
uma taça vazia suja de carmim,
na cama o desalinho,
na alma o gosto do fim.

Lembranças, todas dolorosas
do tempo que o tempo matou,
no vaso quebrado, ainda as rosas
ou delas o que restou.

Dentro de mim, restos do passado
onde meus sonhos ressequidos
morrem na correnteza
e um a um são esquecidos.

Na parede, o teu retrato
quando no auge da beleza,
no ambiente o mesmo aparato
mas no meu interior a certeza.

De que o tempo passou,
hoje os instantes não são iguais,
os meu sonhos se foram,
não voltarão jamais...

Rui E L Tavares

(11/01/2010)

domingo, 10 de janeiro de 2010

ÀS MARGENS DO RIO

Rio de água límpida que desce a serra
nascido de vertente num lugar de encanto
na nascente tanta beleza encerra
mas no seu curso a perde no entanto.

Desce a encosta entre perfume de alecrim
esbelta criança, um riacho varonil
e chega a planície ainda assim
para desabrochar sob um céu de anil.

Robusto se torna, um belo curso d'agua
largo, profundo e caudaloso
entre margens a desfilar a mágoa
de não ser mais aquele rio formoso.

A poluição lhe tolda o brilho cristalino
e o olor de alecrim já diluído
dá ao rio que antes foi um menino
um aspecto velho, fraco e poluído.

Às margens do rio ainda venho
para chorar sua morte prematura
pois na mente seu vigor ainda tenho
e relembro com saudade e amargura.

Aqui, às tuas margens, velho rio
quando tua orla era perfumada e florida
preenchi em minha alma um imenso vazio
conheci o grande amor da minha vida.

Como tu, no auge de tanto vigor
ao final da tarde, quando o Sol se punha
jogamos em tuas águas uma flor
juramos amor e tu foi a testemunha.

Hoje volto à tua presença, com carinho
às tuas margens, sentado, sem alegria
jogo outra flor, desta vez sozinho
e escrevo esta amargurada poesia.

Rui E L Tavares

(10/01/2010)

SUAVE VENENO

Vida,
um espaço
entre um adeus
e um abraço...

Uma lágrima
que se solta
na ida
e um sorriso na volta...

Suave veneno,
o intervalo
entre o ir e o vir
que me causa abalo...

O antídoto, a certeza
na consciência,
que será breve,
a tua ausência!

Rui E L Tavares

(09/01/2010)

RECANTO

Cai a tarde
no poço da noite
lentamente...

A passarada
com alarde
estridente...

Pousa no ninho
dando adeus
ao Sol poente...

Que lá no horizonte
sozinho
deita-se docemente...

Recanto de doces traços
este, no entardecer,
onde finalmente...

Vivo o encanto
de adormecer nos teus braços
placidamente!

Rui E L Tavares

(09/01/2010)

QUANDO NOSSOS OLHOS SE TOCARAM...


Quando nossos olhos se tocaram
na trajetória
inversa
dos nossos olhares...

Desabrochou a rosa
no jardim do amor !

Quando nossos olhos se tocaram
nos destinos inversos
que tomaram
pela viagem do tempo...

Resplandeceu a luz
na pétala da flor!

Quando nossos olhos se tocaram
fez-se a magia do condão.
No exato momento
de tão doce união...

Nasceu o dia
e cobriu-se de Poesia!

Rui E L Tavares

(08/01/2009)

ESTE MEU OLHAR

Este meu olhar se ofusca
quando no leito busca
e encontra o teu.

Delirantes faróis,
soma dos arrebóis,
encantos do arco-íris.

Este meu olhar passeia,
pela doce teia,
do teu corpo sedutor.

Extasiante corpo nu,
relicário baú
a esperar por mim.

Este meu olhar almeja,
ardentemente deseja,
estar no teu interior.

Num lugar profundo,
que seja o mundo,
deste nosso amor!

Rui E L Tavares

(08/01/2010)

CRISTAL QUEBRADO


Vidro delicado,
corpo de uma taça
que tocou teus lábios
num brinde ao amor...

Pétala de uma rosa
cristalizada
no gelo da indiferença
que desfez a flor...

Caída ao chão,
espatifada
em mil pedaços,
cristalinos grãos de areia...

Desenharam os traços
do teu rosto amado,
aos olhos marejados
do teu Poeta...

Esfacelou-se meu verso,
que foi rimado,
nos mil pedaços
deste cristal quebrado.

Rui E L Tavares

(08/01/2010)

"CULTO"


Se fosse racional
como entidade divinal
eu te trataria...

Como deusa,
formosa mulher,
para ti me prostraria...

Aos teus pés e tanto
cultuaria teu encanto
até que fosses minha...

E sobre tua cabeça
depositaria
a coroa de rainha...

Basta-me ver teu vulto
neste eterno culto
que me apraz rezar...

Neste altar no ninho
onde teu carinho
vem me fascinar!

Rui E L Tavares

(08/01/2010)

NOSSA CANÇÃO

Nossa canção
traz recordações
da vida que passou
levando as ilusões.

Até as quimeras
a vida levou,
as paixões,
nada restou.

Hoje descanso
vendo o relógio andar,
no balançar,
desta cadeira de balanço.

O tempo é algoz,
se auto destrói,
com veneno atroz
que mata e corroi...

Mas nossa canção,
a doce melodia,
letra de poesia,
essa não!

Guardei com carinho
no meu coração,
hoje canto sozinho
com grande emoção...

"Meu amor te amo tanto
tanto, quanto amar eu posso
o nosso amor é santo,
eterno e é só nosso...

Nada vai nos separar
apagando a felicidade,
nem os ponteiros a girar
no tempo da eternidade"

E assim fico cantando
nossa canção ao léu
que o tempo passe, esperando
para cantá-la contigo no céu!

Rui E L Tavares

(07/01/2010)

A VALSA DA RAINHA


Quer dançar comigo?
assim te convidei
quando te vi sozinha.

Entre princesas e lordes
aos suaves acordes
da valsa da rainha.

No salão casais da nobreza
levados pelo encanto
suave como a brisa.

Enlaçados nessa magia
com perfeita coreografia
dançamos, poeta e poetisa.

No deslumbrante baile do rei
rodamos pelo salão
até que chegasse o dia.

Sempre ao compasso perfeito
no mágico efeito
da valsa da poesia.

Aceito, caro lorde Poeta
Foi assim que respondi
Quando vi tua mão estendida.

E juntos pelo salão
Compomos um verso doce e gentil
Que adoça o coração
Com sabor mascavo e pueril.

Então...
Bailemos nos acordes dos versos
Deste baile de rei e rainha
Onde reina soberana, a poesia.



Rui E L e Viviane Ramos

RASTRO DE ESTRELAS


Rastro de estrelas que se estende
da imaginação ao sonho
luminoso caminho que compreende
a direção de um olhar risonho...

Rastro de estrelas que caídas
vieram banhar-se no mar
brilhantes luminárias unidas
neste cenário lindo do meu sonhar...

No mar, um rastro de estrelas
um tapete de intensa luz
e eu, no meu sonho, fico a vê-las
no enlevo mágico que me conduz...

Sobre o brilho que delas emana
no rastro marcado que está
para a força divinal que me chama
aos braços abertos de Iemanjá!

Rui E L Tavares

(06/01/2010)

"BREVIDADE"

Espero notícia tua
além destes sonhos
nesta noite nua...

Além da alma cansada
dos momentos enfadonhos
contemplando a Lua.

Que venhas de uma estrela
cavalgando a luz
e que eu possa vê-la...

Como um anjo salvador
que na mão conduz
a chave da felicidade.

Mas que seja com brevidade
ou este amor
matar-me-á de saudade...!

Rui E L Tavares

(05/01/2010)

"APENAS UMA ROSA"

Busquei a flor perfeita
de jardim em jardim
uma que fosse aceita
por você e por mim.

Nessa procura andei tanto
pela flor que causasse esse efeito
mas não achei no entanto
neste mundo imperfeito.

Tinha que ser imaculada
grandiosa porém singela
entre as flores desabrochada
para ser a mais bela.

Então olhei para as estrelas
na noite clara de verão
por horas fiquei a vê-las
na busca de inspiração.

Para Diva tão formosa
uma estrela em fulgor
apenas uma rosa
poderia ser essa flor.

Cerrei meus olhos e viajei
além do Universo,...o fim
e foi lá que encontrei
o mais perfeito jardim...

Aceite Diva esplendorosa
trouxe-a envolvida em véu
a mais linda rosa
que fui buscar no céu!

Rui E L Tavares

(05/01/2010)

"ENSAIOS"

Rascunhos
rasgados
atirados
no lixo da poesia.
Tantos!
quantos?
muitos...
Já nem sei.
Projetos
incompletos
desprezados
rejeitados
que rasguei...
Tentativas
vivas
de contato
com a emoção
da inspiração
no meio
que não veio.
Decepção!
Lampejos
de ensejos
que morreram
no papel amassado
destroçado
pela mão que os escreveu.
Ninguém leu!
Meros Ensaios
que o Poeta
descartou...
Sem beleza
aberrações da natureza
tortas
mortas
num lixão qualquer!

Rui E L Tavares

(04/01/2010)

ALMAS EM DESALINHO

Corpos unidos, almas dissonantes
neste espaço marcado pela vida
apesar de perto, mentes distantes
discrepância erradamente inserida.

Muitos desvairos no prazer do sexo
nenhuma pétala compondo flor
um casamento vazio e desconexo
alicerçado na ausência do amor.

A doce harmonia é quimera e sonho
que se reflete em cada olhar tristonho
de seres desiguais no mesmo ninho.

Num relacionamento viciado
que no livro do destino veio errado
juntando almas em triste desalinho.

Rui E L Tavares

(03/01/2010)

BRINDE

Que bebam
na mesma taça
brindem à desgraça
na sua torpe imaginação.

Criem a sua fantasia
colorida na ilusão
embebida na paixão
falsa de um coquetel.

Façam poesia
finjam que é mel
esse líquido de fel
que lhes amarga as entranhas.

Eu acho graça
de pompas tamanhas
e, entre cheirosas picanhas
empanturro-me de risadas.

Brindo em caneco de chope
generoso frasco
entre talhos no churrasco
e cervejinhas geladas...!

Rui E L Tavares

(03/01/2010)

"CÁLICE CHEIO"

Um cálice
transbordando corações
pulsantes
amantes
que bebem do coquetel da paixão.
Cálice cheio
alheio
sozinho
tapera
esperando bocas sedentas...
Quentes
frias
eloquentes
vazias
simplesmente bocas!
Cansadas
saciadas
do prazer...
Bocas que só querem beber
reagindo ao torpor
da sede
que vem
depois do amor!

Rui E L Tavares

(03/01/2010)

CACHOEIRA DE NOSSOS DIAS

Cachoeira de origem arcana
que no tempo se cria e se desfaz
energia vital que emana
de outra energia que tem por trás...

Essa grandiosa e que se dilui
em pétalas de luz que vêm do céu
e para nossas vidas flui
em cascatas de venturoso véu...

Cachoeira de nossos dias
dádivas imensas de perfume ameno
que nos cobrem em rimas de poesia
como gotas suaves de sereno...

Estende-se do cosmo ao infinito
iluminando os dias no plano real
e depois dos dias o bendito
porvir maravilhoso e divinal...

Banhemo-nos na mágica cachoeira
com o carinho do amor e com juízo
preservando-a a vida inteira
para usá-la, depois, no Paraíso!

Rui E L Tavares

(02/01/2010)

HOJE EU CHOREI DE NOVO

Hoje eu chorei de novo
pois dormi
e quando durmo choro...

Sonho com ela
e no próprio sonho
para não acordar imploro...

Hoje chorei de novo
pois acordei
e vi a realidade de frente...

Vazia de ti
que fugiu e se escondeu
nas profundezas da minha mente...

Hoje eu chorei de novo
mas à noite vou dormir contigo
e fazer amor ardente...

Para amanhã, decepcionado
num dia ensolarado
chorar novamente...!

Rui E L Tavares

(01/01/2010)

"SOBREVIVÊNCIA"

Amargas horas à luz da Lua
nas noites sem Lua Cheia
no negro das sombras da rua
vivem vampiros da vida alheia...

São parasitas da sociedade
sugadores do trabalho denso
bandidos a serviço da maldade
inimigos do amor e do bom senso...

Seres vis que se jogaram
pelo arbítrio que tinham de se jogar
na lama do mundo se afundaram
e de lá não querem mais voltar...

E, no entanto, a culpa é nossa
como bichos sociais que somos
abrimos imensa fossa
e o lixo humano lhe jogamos...

Sobrevivam como escória que são
mas não venham me roubar coisa alguma
não trabalho para ladrão
Sou culpado "merda nenhuma"!

Rui E L Tavares

(01/01/2010)

PLANTANDO SONHOS

Horta de quimera
no bailar do meu sono
rotineiro e enfadonho...

Quero dormir, mas viver
enquanto durmo,
fugir do ócio bisonho...

Viajar, amar
quando, à noite
o sono traz ao corpo a calma...

O descanso merecido
do cárcere cansado
dando liberdade à alma...

Para andar por caminhos diferentes
semeando sementes
de futuros risonhos...

Que, no dia, o corpo lembrará
enquanto a alma descansa
pois passou a noite plantando sonhos!

Rui E L Tavares

(01/01/2010)

LÁGRIMA IRRISADA

A indiferença
do seu trono
observou
a dança das marionetes.
Na calçada,
nas ruas,
nas avenidas...
Aplaudiu,
jogou confetes,
riu.
Apoiou, exibida
a grande peça,
em perfeição,
sendo representada
no palco da vida...
Brilhantes bonifrates,
atores
indiferentes sob sua direção.
A indiferença,
então,
sorriu, sorriu, sorriu...!
E o sorriso
transformou-se,
aos poucos,
em gargalhada...
E a dança continuou,
na rua.
na calçada.
Nos olhos da indiferença,
de tanto rir,
uma lágrima irrisada!

Rui E L Tavares

(01/01/2010)