domingo, 28 de fevereiro de 2010

SINAIS

Quando a mãe se irrita
reclama,
se atrita
e se inflama...
E nós,
seus projetos
ou desafetos
somos culpados
desse reclame.
Com prazer
sádico,
infame,
a fazemos sofrer,
morrer,
mamando-lhe todos os viços.
Numa corrida
vertiginosa,
vergonhosa,
tiramos-lhe a vida.
Não vêem os sinais?
Até quando?
não será ouvido nenhum apelo;
nenhuma explosão de lava quente;
nenhuma lágrima de gelo?
A Terra nos ama!
Foi criada para nós,
chegamos após
e passamos a reparti-la,
destruí-la
com nossas próprias mãos.
Racional?
Não!
Isso é atitude insana,
profana
e bandida...
Se não determos esse flagelo,
o que é belo
tornar-se-á um caos
e por sermos maus
pagaremos com a própria vida!

Rui E L Tavares

(28/02/2010)

MOMENTOS



MOMENTOS

Sabe, tu é aquele momento bom
que, entre momentos, aconteceu,
veio e logo deu o tom
dos momentos entre tu e eu...

Momentos que foram tantos
tantos foram,... e são
pingos de horas,... quantos
transbordando de paixão!

Sabe amor, eu te amo,
amo em todos os momentos,
mesmo longe eu te chamo
nos mais íntimos pensamentos.

Nossas vidas são momentos
em gotas de felicidade
que juntam-se aos nossos intentos
e duram uma eternidade!

Rui E L Tavares

(28/02/2010)

À BEIRA DO CAMINHO


Quando eu ia
pela estrada do nada
te vi sentada
à beira do caminho...

Vinhas,
dos lados do tudo
mas contudo,
procuravas carinho.

Estavas corada,
suprida,
de vida
mas não satisfeita.

E eu que ia
vindo do nada
com a alma cansada
e a face desfeita...

Parei à beira do caminho
sentei
e te olhei...
Vi o horizonte!

...Defronte,
ali sentado
vindo do lado
de onde eu não sei...

Estavas tu
à beira do caminho
procurando carinho
que eu tinha e te dei.

Então, a estrada do nada
encheu-se de tudo
e contudo
cobriu-se de flor!

...Ali,
naquele cantinho
à beira do caminho
nasceu o amor!

Rui E L Tavares

(28/02/2010)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

* MEDIOCRIDADE *

Império da vaidade
egocentrismo
exteriorizado
na hipocrisia do verso.
Anatomia
desnuda
com perfume de arruda
exalando da poesia.
Puxasaquismo
besta
que leva pra cesta
de ouro
verdadeiras porcarias...
Um bacanal de pobreza
sem beleza,
sem nexo,
desconexo
servido sobre a mesa.
Escrever por quê?
Só porque alguém finge que lê?
Comentários,
agradecimentos,
verdadeiras obras-primas
na base do toma lá, dá cá...
Eu te elogio, tu me elogia
tudo pelo bem da poesia!
Ah! no sepulcro onde se deita
pela eternidade,
o verdadeiro Poeta
se ajeita
e se envergonha
com tanta barbaridade.
A POESIA virou política,
uma batalha pelo voto,
na verdade
um andar sem volta
para o abismo da obscuridade...
Quero ser o primeiro a chegar,
já estou cansado de andar
pelos pergaminhos,
destes caminhos,
escrevendo mediocridade!

Rui E L Tavares

(27/02/2010)

AS ROSAS DO MEU CAMINHO

O meu caminho é uma vereda esplendorosa
tem um Sol lá no fim
e um doce perfume de rosa.

O meu caminho é assim
uma alameda que leva até o amor
cercada por florido jardim.

Uma paisagem coberta de flor
onde o beija-flor faz o ninho,
onde o encanto é o senhor...

Doces poesias em pergaminho
são os colibris, são as flores,
são as rosas do meu caminho!

Rui E L Tavares

(26/02/2010)

CONTANDO ESTRELAS

Deitado no berço das horas
conto estrelas no céu
enquanto elas, ...senhoras
multiplicam-se em luminoso véu.

São tantas, ah! meu Deus, são tantas!
como uma chuva de luz,
gotas brilhantes, quantas...
seu encanto me seduz.

E do berço em que me deito
conto uma a uma,
preciso guardá-las no peito
sem esquecer nenhuma...

Rui E L Tavares

(26/02/2010)

NUM DIA LINDO...

O dia está lindo, mas você não vem
pois nos dias lindos nunca veio
e eu, nos dias lindos, não vou também
e o amor, que esperava, fica alheio.

Então chove e tudo fica feio
porque eu não fui e você não veio...

Amanhã, talvez, num outro dia lindo
radiante, sem nenhuma nuvem para chover
você venha e me encontre indo
e esse grande amor possa acontecer...

Então, eu e você sorrindo
nos amaremos muito num dia lindo!

Rui E L Tavares

(26/02/2010)

CHOVE AMOR!

Vejo o céu escurecer
rapidamente,
prepara-se para chover
e chove de repente...

Desaba a tempestade
como balde derramado,
nas ruas da cidade
tudo alagado...

Sobre mim não chove,
mas o meu interior
se move,
para chover amor...

Recostado no teu braço,
sou tempestade,
forte chuva me faço
de pura felicidade...

E a chuva é tanta,
sobre o leito molhado,
que o limite suplanta
e meu peito fica inundado!

Rui E L Tavares

(26/02/2010)

A NOITE e o ENCONTRO DE ALMAS...

A noite,
é o Paraíso da alma...
Quando o sono, apaga as luzes da prisão
e a cela corporal volta à calma,
libertando-a do carnal grilhão.

Então liberta,
viaja pela noite estrelada.
Num vôo soberano e profundo,
sai pelo éden, ...seu mundo,
à procura da alma amada...

Quando se encontram,
na dimensão certa,
desabrocha no céu a felicidade
numa energia coberta
pelo infinito da eternidade!

Rui E L Tavares

(25/02/2010)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O CANTO DO PÁSSARO

O mesmo pássaro que cantou ontem
nesta hora,
repete o canto...
Não parece que canta
mas sim que chora.

Sinto rolar-lhe o pranto
ao cantar no ninho,
já, ontem, cantou assim...
Como se tivesse numa gaiola
sozinho.

Para mim,
o canto do pássaro traz saudade
de quando eu lhe ouvia,
nestas mesmas horas,
cantar felicidade...

Talvez não seja o canto do pássaro
que esteja triste por estar sozinho;
Talvez seja eu que o ouço assim
nesta insônia sem fim,
na solidão do meu ninho...

Rui E L Tavares

(25/02/2010)

* AS HORAS *

A mordaça
que cala,
cega;
o tempo estala,
mas o ouvido
nega,
um segredo
na ameaça fria;
Um medo,
na noite
vazia.
Enquanto as horas
defloram a noite
da virgindade dos agoras,
fazendo-os
presentes,
que amarguro
no corpo suado
sem passado,
nem futuro.
Impiedosamente
as horas passam
levando nos braços
do tempo,
pedaços
de mim,
para o leito da eternidade.
Lá,
no limbo indefinido
sem sentido
talvez
não sinta mais esta saudade.
Lá,
por fim,
os viços que perdi,
talvez encontrem
os que as horas
já levaram,
de ti...!

Rui E L Tavares

(25/02/2010)

ESPERA...


Se não veio até agora, certamente não virá mais
nesta manhã de Sol...
Se não veio até agora, não desabrochou para a alegria...
Se não veio até agora, não assistiu o arrebol...
Se não veio até agora, perdeu a poesia...
Se não veio até agora, não me viu esperando,
como espero todo dia...!

Rui E L Tavares

(25/02/2010)

O RETRATO E EU...


Da parede, parcialmente empoeirado
num abandono de triste aparato
pende sem prumo, só e amarelado
teu sorriso que ficou neste retrato.

E num canto encharcado de pranto
O meu corpo ainda tórrido da tua lembrança
Vestígios de um amor sem encanto
Sem vereda, sem rumo, sem esperança.

Deste lugar onde me prostro amargurado
por esta angústia que vara a madrugada
fico com o pensamento no passado
e os olhos na imagem pendurada.

E num repente, o que era um silêncio combalido
Fez-se um rumor, um retrato, no chão, estilhaçado
Meu arcabouço, no mesmo chão, amalgamado, tão sofrido
Cacos de uma vida, um coração despedaçado.

Rui Tavares & Sérgio Murilo

* ÀS VEZES *

Às vezes me vejo como um verme
ao qual a insignificância é inerente
sinto-me totalmente inerme
às ameaças que me surgem à frente;

Às vezes também me vejo um louco
que se olha e não sabe o seu porquê
um ínfimo que frente ao pouco
se julga uma pintura de guache;

Às vezes na inércia me vejo um fóssil
e mesmo assim me olho indubitável
assumindo a condição de indócil
frente ao que julgo inefável;

Às vezes, raras, acho que eu sou
um poeta, pensador,...talvez
mas ai sinto ainda mais que estou
perdendo definitivamente a lucidez;

Às vezes até escrevo um pensamento
quando no sonho de versar persisto
e nesse devaneio insano de momento
chego a pensar que realmente existo...!

Rui E L Tavares

(24/02/2010)

MAESTRO DO DESTINO

Eu tenho o arbítrio que me foi dado
há muitos anos atrás
sou soberano,
sou humano,
maestro da guerra e da paz.

Sou essência do amor
pois do amor sou o filho dileto,
sou carne material,
sou alma imortal,
centelha de luz e afeto.

Sou também o meu próprio algoz,
tenho em mim o acorde animal
que se manifesta profundo
no reger do mundo
espalhando a semente do mal.

Eu dou a nota final,
minha batuta é uma espada,
sou versado por inteiro,
sou de paz e sou guerreiro,
sou tudo e não sou nada.

Pois nada do que sou sei usar
apesar de ser o maestro maior
esqueço as notas das virtudes
suprimo as das atitudes
quando toco por um mundo melhor.

Do destino eu tenho a batuta
mas dou à orquestra avesso tom
pois toca desafinada
minha música arranjada
"Eu quero um mundo bom"

Rui E L Tavares

(23/02/2010)

PENSAMENTO!

Nem sei o que dizer!! e se não sei,
não digo nada,
pois às vezes, o silêncio diz tudo...
Porém, uma alma calada,
contudo,
Não se faz ouvir nessa clausura,
pois numa abstinência pura
renuncia ao amor...
E morre como um botão
que nem chegou a ser flor...

Rui E L Tavares

(22/02/2010)

INSEGURANÇA

Não leio mais nada do que tu escreves
pois se julgo falso por que leria:
- Seria como caminhar nas neves
débil teto de funda galeria.

- Mudando passos no andar da incerteza
na direção vaga de uma premissa
ausente da presença da certeza
como a caminhar sobre areia movediça.

- A dúvida seria a luz do farol
a desconfiança cobriria o Sol
no mar das trevas eu não navegaria.

- Nesse coral de mágoa endurecida
por certo o barco da minha vida
na escuridão da morte afundaria!

Rui E L Tavares

(22/02/2010)

"DEPOIS"

Depois da ventania
que levou tudo de roldão
vem a calmaria
do silêncio e solidão...

Depois da noite vazia
que varou a madrugada
vem a luz do dia
sem brilho, desgastada...

Depois da morte do amor
pela traição malvada
vem uma grande dor
na alma enraizada...

Depois do sonho desfeito
no acordar maldito
vem a saudade no peito
daquilo que foi bonito...

E depois dessa saudade
na alma instalada
vem a dura realidade
e depois não vem mais nada!

Rui E L Tavares

(22/02/2010)

* HOJE *

Hoje, não tenho um poema para escrever
acordei vazio...
Das letras que colhia
maduras nas manhãs
da minha poesia...


Hoje sinto o frio
que brota da chuva que caiu
lavando a fonte da inspiração,
matando a alegria
que fluía
no meu verso de ilusão...


Hoje, não tenho uma "justificativa" para escrever
acordei vazio...
Nem mesmo sei porque,
fui levado pelas águas
afogado nas mágoas
que choveram de você...


Hoje, acordei morto
no meu leito amargurado,
molhado,
pela lágrima que choveu...
Cabe-lhe uma medalha
pois o mérito da minha mortalha
é todo seu...!

Rui E L Tavares

(22/02/2010)

SÃO COISAS DA VIDA...

São coisas da vida,
a consciência;
Livro aberto
com fim incerto
ainda por escrever...

São coisas da vida,
nossas ações;
De bem ou de mal
pois afinal
elas nos fazem viver...

São coisas da vida,
os pensamentos;
que buscam a solução
contida na razão
lógica da existência...

São coisas da vida,
a natureza;
que nos mantém ativos
como seres vivos
com sua própria gerência...

São coisas da vida,
a alma;
No corpo sereno
abrigo pleno
como ser espiritual...

São coisas da vida,
por final;
a inteligência
que tem origem e regência
na nascente divinal...!

Rui E L Tavares

(21/02/2010)

Meu Choro

...
Se tenho motivos
Para lastimar?
Sim eu os tenho ”sim”!
...
Meu choro é límpido
Melancólico sem fim
Minhas lágrimas vertem dos olhos
Da minh'alma
Chorando placidamente
Dentro de mim.
...
Por que choras
que motivos são esses
que te faz sofrer assim?
...
expondo a tua alma
através da janela dos olhos
como uma rosa orvalhada
que recém desabrochada
chora desencantada
na solidão do meu jardim.

Rô Lopes e Rui E L Tavares

TUPÃ E A ÁRVORE DA ERVA-MATE - UMA LENDA...

Se tem um gaúcho
no pago,
solitário ou não,
tem canha,
tem trago,
tem chimarrão...
Na noite
sob as estrelas,
o fogo de chão
não deixa
que a saudade maltrate
e a lenda da erva-mate
afasta a solidão.
Todo guasca a conta
nesse iluminado cenário,
pois é um relicário
essa história bendita
de uma índia bonita
e seu pai solitário.
Ele um cacique inteligente
da tribo guarani,
que viveu por aqui,
há muito tempo atrás,
num clima de paz;
ela, a índia CAÁ-YARI.
Dizia a Lei indígena
que a mulher casada,
geralmente prendada
já naquele tempo ido,
tinha que acompanhar o marido
e ao seu lado estar
fosse em qualquer lugar.
CAÁ-YARI,
já em idade de casar,
amava o pai e temia
afastar-se do velho guerreiro
que sozinho ia ficar.
Mas ela apaixonada
mergulhou na tristeza
que ofuscava sua beleza
pois não podia ter ao lado
o seu eleito amado.
Um dia, numa manhã,
o cacique pediu a TUPÃ,
Deus supremo da Nação,
que lhe aliviasse o coração
na ausência da filha,
acabando com a ilha,
cercada de solidão.
TUPÃ atendeu o pedido
mostrando ao guarani
e a india CAÁ-YARI,
uma árvore bendita
cuja folhagem bonita
moída e bem secada
se tornava encantada.
TUPÃ, Deus do trovão,
o cacique consolou,
pois lhe ensinou
a afastar do coração
a mágoa da saudade
nos sorvos do chimarrão.
Desde então,
pelo pago estrelado,
na noite enluarada
o gaúcho tem por estrada
a prenda do seu lado
e no outro costado
uma erva bem cevada,
tirada daquela árvore
por TUPÃ abençoada.
Árvore santa que TUPÃ
naquela distante manhã
mostrou ao índio saudoso
cujo mate saboroso
nos aquece a vida inteira,
tem a índia CAÁ-YARI
como SANTA PADROEIRA.

Rui E L Tavares

(21/02/2010)

* PROPORÇÕES *

O que vejo além do limite dos meus olhos
já ultrapassa a dimensão do imenso,
porém parece-me imensamente pequeno
quando além desse limite penso.

Pensando, já fui aos extremos de tudo
e por lá parei, sem saber o que fazer,
pois o pensamento não define
aquilo que os olhos não podem ver.

Assim, pensando, olhei para uma formiguinha
dessas que catam migalhas no chão,
pareceu tão pequena aos meus olhos
que forçou o exercício da imaginação...

Nas proporções entre tamanhos, imaginei,
somos universo dentro de universo,
infinitos no sentido do crescimento da grandeza
mas infinitos, também, no sentido inverso.

Uma célula invisível transborda de vida
e dentro de mim existem bilhões,
tantas quanto as estrela do céu
que ultrapassam os limites das visões.

Mas o que mais impressiona nas proporções
por onde viajei através do pensamento,
é a harmonia entre todas as razões
interpolando-se no mesmo fundamento.

Voltando ao meu estágio proporcional
volto também ao ponto de partida,
com a certeza de que a proporção divinal
é o berço maior de toda vida!

Rui E L Tavares

(20/02/2010)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"PASSAGEM DO TEMPO"

A água quando passa cava o leito
por onde desce no avanço para o mar;
o tempo, esse passa de outro jeito
abrindo rugas na pele sem cavar.

Para onde o tempo vai, isso não cabe
na razão de quem nele se consome;
é marcado, sentido, mas ninguém sabe
nada mais, além do próprio nome.

O tempo, esse algoz que atua na memória
da mente que se faz sua hospedeira;
grava no corpo a sua história
em cada segundo, pela vida inteira.

Ignorá-lo nunca foi um bom conselho,
aceitá-lo seria ótimo, é pressuposto;
mas quando visto na imagem do espelho
vê-se as pegadas que deixou no rosto.

E nesse instante a blasfêmia inevitável
brota da garganta de quem se transformou;
lamentando com tristeza, é provável
o sulco envelhecido que ficou!

Rui E L Tavares

(19/02/2010)

"ACORDAR CONTIGO"


Um bálsamo
foi olhar para ti
quando
cansado
amargurado
nas madrugadas
não dormi...
Uma luz
foi olhar para ti
quando
no escuro
obscuro
da saudade
quase sucumbi...
Uma esperança
foi ver o teu sorriso
quando
agitado
acordado
vagava pela noite
sem juízo...
Uma paz
foi ao coração sossegado
quando
dormi
sonhei
e acordei
contigo ao meu lado!

Rui E L Tavares

(19/02/2010)

CASACO DE PELE

Jogado
num canto qualquer
o casaco de pele
que pertenceu àquela mulher.

Um traste agora
mas já foi rei...
lembro ainda
do dia em que lhe presenteei...

Lindo!
Na vitrine exposto
majestoso nela
de extremo bom gosto.

Fascinado
por seu encanto
a vesti naquele dia
como se lhe vestisse um manto...

Mas o tempo passa, tudo terminou
o casaco de pele, daquela mulher
hoje mofou
atirado num canto qualquer!

Rui E L Tavares

(19/02/2010)

A ROSA DO MEU JARDIM

Formosa criatura, mas singela
surgida do ventre natural
te expões para mim assim tão bela
como uma obra-prima divinal.

Uma linda flor que só tem uma
pois outra como tu não existiu
a natureza é sábia e nenhuma
rara como tu nunca permitiu.

És uma jóia, única no meio
de outras jóias de valor
cujo encanto se torna feio
ofuscado por teu forte esplendor.

Uma rosa assim como tu és
com tanta beleza e magia
deve nascer e viver no pé
imortalizada em verso de poesia.

E eu que te olho agora, encantado
já o fiz ontem, também assim
agradecido e deveras deslumbrado
por ti rosa que nasceu no meu jardim!

Rui E L Tavares

(19/02/2010)

ONTEM...

Ontem,
foi um tempo que passou,
morreu nas horas que o consumiram...

Jamais voltará,
está enterrado no sepulcro da história
dos dias que já partiram.

Porém eu o tenho,
guardado,
pois foi ontem que te conheci...

Na foto que tirei,
gravei
o momento em que te vi.

Eu capturei o ontem
e aprisionei-o num instante mágico
de extrema alegria...

Para que eu possa vê-lo,
recordá-lo,
no meu álbum de fotografia!

Rui E L Tavares

(18/02/2010)

GRITA!

Deita sobre esse leito
de branco puro
o anseio do peito
que busca ser aceito
nalgum porto seguro.

Deixa que role a vontade
pela linha que te conduz,
fala da verdade,
enfeita a realidade
e cobre tudo de luz.

Não abre mão do que dita
ao ouvido a inspiração
não importa feia ou bonita.
Chora, ri mas grita
em versos a emoção...

Grita alto, pois um dia
já num distante porvir
da tua poesia
lírica energia
no eco se fará ouvir!

Rui E L Tavares

(17/02/2010)

AQUELA ENERGIA...

Aquela energia que circundava
a aura que te envolvia;
que em versos transbordava
e por tua mão saía...

Deixando rabiscos gravados
há tantos e tantos dias;
Que hoje são declamados
em saraus de poesia;

Aquela energia que brotava
pelas penas com que escrevia;
aquela mesma que encantava
o feliz leitor que lia...

Que no pergaminho colhia
a inspiração seleta
e pelo olhar absorvia
a vibração do Poeta;

Aquela energia se apagou
não alimenta mais a chama
mas a brasa ficou
e arde quando alguém declama...

Reacendendo da história
com vigor sempre real
o registro da tua memória
que te fez poeta imortal!

Rui E L Tavares

(17/02/2010)

TEUS OLHOS, CALEIDOSCÓPIO...


Teus olhos,
Caleidoscópio...
Imagens multicoloridas
em cristais refletidas
mudando de forma e lugar.

Luzes,
reflexos de espelhos,
tão brilhantes,
ofuscantes
contidos no teu olhar.

Meus faróis,
quando no mar
da incerteza...
A certeza
que pela vida me conduz.

Teus olhos, caleidoscópio
que mostra a fonte
inversa ao estranho
onde me banho
numa cascata de luz.

Rui E L Tavares

(16/02/2010)

RESQUÍCIOS DO AMOR...


No ninho
acontece o amor;
no desalinho
que decorre
percorre
um cheiro sedutor;

Na alma
a satisfação,
a calma
depois de vigorosa,
fogosa
noite de paixão;

No desejo
a espera do retorno,
o momento do beijo,
a delícia
da carícia
no corpo morno;

Na boca
a saliva quente
que brota louca
da vertigem
que tem origem
num vulcão ardente;

No lençol
a prova que o amor aconteceu,
um calor de sol
no resquício que secava
da lava
que escorreu;

No coração
a ternura de uma flor
traduzida no toque de mão
no olhar sem pressa,
na promessa
da eternidade do amor!

Rui E L Tavares

(16/02/2010)

A MENINA PROSTITUTA

Quando a vi, chorava
numa esquina
maldizendo a sina
que lhe abraçava...

Aos prantos
blasfemava a sorte,
pedia a morte
a todos os santos...

Maldizia!
Mas quando via um "cliente"
docemente
ela sorria...

E lá se ia
para o cadafalso,
paraíso falso
onde se despia...

E ao "comprador"
fingindo amor
num ato carnal
se vendia...

Afinal,
era apenas uma menina
neste mundo desigual
cumprindo a sua sina...

Uma pobre fruta
jogada ao chão, sem beleza
pela força bruta
de um capricho da natureza...

A menina prostituta
que não nasceu para ser
na vida era uma recruta
aprendendo a sofrer!

Rui E L Tavares

(15/02/2010)

DESEJOS...NA MANHÃ DE SOL


Joguei e perdi,
apostei numa manhã de Sol.
Foi uma noite sem Lua,
a chuva caiu na madrugada
enquanto sob o meu lençol
relâmpagos traziam a luz da rua...

Na calçada,
rolava a água que caía
e dentro de mim,
em forma de saudade
por minhas artérias dilatadas
escorria...

A postei minhas fichas, últimas jogadas.
Lembrei do meu passado, ...e tudo
antes e depois de ti,
assaltaram-me as lembranças
e contudo,
joguei e perdi...

Apostei em desejos...Na manhã de Sol,
queimei meus almejos de te ver chegar
ostentando na cabeça a tua coroa,
mas o que vi entrar
foi uma manhã cinzenta
e uma chuva que se fez garoa!

Rui E L Tavares

(14/02/2010)

MINHA MUSA NO CARNAVAL

Perdi minha Musa tão amada
e pra buscá-la não tenho cacife
ela foi vista atrás do Galo da Madrugada
no carnaval de rua do Recife.

Uma deusa no meio da multidão
à sua volta pierrôs e arlequins
distribuindo sorrisos e sensação
no maracatu, frevo, samba e afins.

Ela me deixou sozinho na calçada
fantasiado de bobo da corte na avenida
e se foi numa ala enfezada
pra Pernambuco curtir a vida...

E agora o que faço aqui sozinho
onde à folia sem ela não me somo;
Vou pra Bahia dançar no Pelourinho
na Corte animada do Rei Momo.

É lá que esquecerei essa menina
que me inspira a vida por inteira;
cairei nos braços de outra colombina
pelo menos até a próxima Quarta-Feira...

A mesma máscara que cobre o teu rosto
vou usar nas ruas da alegria
sem mágoas, livre do desgosto
brincando num carnaval de utopia!

Rui E L Tavares

(13/02/2010)

"ESCOLTA"

Vago
no espaço ilimitado
entre nadas
que fecham este vazio.

Trago
no peito desnudo
o frio
do inverno da vida.

No rosto sisudo
o reflexo transparente
inconsequente
da imagem perdida.

Sem formas,
sem definições
num espelho de mágoas
refletida...

Quem sou eu?
Cadê minhas lembranças?
Por que essa escolta armada,
que me fere a alma com suas lanças?

Rui E L Tavares

(13/02/2010)

"MEU CARNAVAL"

Quero transpor a minha sina
de "certinho", "fiel" e "cumpridor"
quero desenrolar a serpentina
no bloco burlesco do esplendor...

Quero despir esta velha fantasia
que usei em outros carnavais,
hoje é novo tempo, novo dia
o velho já não serve mais...

Quero expor toda esta vontade
que agora me jaz contida,
queimar a bandeira da saudade
e desfraldar o pavilhão da vida...

Quero seguir atrás do meu desejo
brincando ao sabor da bateria,
coberto nos confetes deste ensejo
até que venha raiar um novo dia...

Isto como alguém que já dizia,
alguém que pensa como eu:
- Só não vai atrás da alegria
quem se foi no bloco que morreu.

Você pensa que cachaça é água...
- Que se dane a tristeza e toda mágoa!
Olha a cabeleira do Zezé...
- Vem comigo quem tem samba no pé!

Rui E L Tavares

(13/02/2010)

LIBERDADE DO "EU"


Calabouço
dos meus anseios,
profundezas
das belezas
que se escondem
por caminhos feios.
Reduto
do pressuposto,
do que seja real
neste virtual
atrás desta máscara
que me cobre o rosto.
Meu "eu"
está preso a um grilhão,
contido
na vida
numa cela
de convenção.
Já estou cansado
do preconceito
que me prende
e não atende
os apelos
que me rasgam o peito.
Vou liberar meu "eu"
que se dane o convencional
decidi, por fim
sair de mim,
sambando,
neste carnaval...

Rui E L Tavares



(13/02/2010)

SONHO COM MINHA MUSA


Nesta manhã encantada
acordei pensando em ti
minha Musa amada...

Mas também dormi
na noite passada
pensando em ti
até a madrugada...

Depois, Ah! Depois
eu sonhei...
com nós dois.

Sonhei que te amava
com inesgotável energia
e que tu me desejava
e ao amor correspondia...

A noite, ah! A noite foi pequena
a realidade amena
nesse sonhar de utopia...

Que nesta manhã teve fim
logo ao clarear do dia...
Amanhã vou sonhar assim
e escrever outra poesia!

Rui E L Tavares

(12/02/2010)

PALAVRAS PROIBIDAS

O amor, parte ativa de um contexto
que na vida resulta em uma essência
pois se faz tinta ao escrever o texto
das diretrizes nobres da existência.

Rolam letras no poetar singelo
que descreve sentimento fremente
com palavras, e cada uma um elo
formando uma poderosa corrente.

E no dizer puro desse escrito
faça-se o versar suave e bendito
nas suas formas usuais e preferidas

Que se castre, pois, na inspiração
verbetes tais como ódio e traição
pois essas são palavras proibidas.

Rui E L Tavares

(11/02/2010)

CAPÍTULO DA SOLIDÃO

Minha vida é um livro aberto
num capítulo em branco
e, para ser franco,
não sei o que escrever...

Mas tenho como certo
que assim não pode ficar
a história tem que continuar
aconteça o que acontecer...

Pensei então, e pensando
fiquei pensando em ti
e me lamentando
por não estares aqui...

Olhei o meu livro da vida
analisei-o com calma
nessa página embranquecida
e vi a ausência da alma...

Então, com tinta de saudade
registrei uma inspiração,
escrevi a realidade:
- Capítulo da solidão!

Rui E L Tavares

(10/02/2010)

LÁGRIMA DE SAUDADE

Hora vazia
da manhã cinzenta
no bojo do dia
que saiu da placenta.

Da noite nascido
veio ao mundo na aurora
enegrecido
na primeira hora.

Rompeu sem sol
num tempo sem apuro
não teve arrebol
só um saudar escuro.

E a passarada
no arvoredo silenciou
não fez revoada
nem cantou...

Na alcova
um corpo sozinho
se renova
na solidão do ninho...

E na branca fronha
a cruel realidade
descansa tristonha
uma lágrima de saudade!

Rui E L Tavares

(10/02/2010)

IRONIA

Detalhe pequeno,
ameno,
que zomba da realidade.

Fantasia dita,
desdita,
que distorce a verdade.

Ironia
fria
do inverso...

A palavra sarcástica,
bombástica,
que fere no reverso.

Num dizer não dito
mas dito
sem dizer...

Uma ofensa velada,
destinada,
a machucar, sem ofender!

Rui E L Tavares

(09/02/2010)

ENTRE AS FOLHAS DOS SENTIMENTOS

Abri meu livro das lembranças
e desfolhei-o sobre a mesa
à luz de uma vela acesa...

À tênue claridade,
pude ver a trajetória
nas páginas da minha história.

Na verdade,
minha própria consciência
na solidez dos caminhos da existência.

Viajei pelos capítulos,
como se visse um filme real
na tela de um mundo virtual...

Andei, por mim, vagando,
assisti-me, ali, passando
ora em gozos, ora em sofrimentos.

Fechei os olhos e mentalmente,
por momentos,
perdi-me "entre as folhas dos sentimentos"

Rui E L Tavares

(08/02/2010)

OLHOS


Centro da imagem,
viagem,
pela beleza natural.

Passaporte ao mundo,
a fundo,
no alcance visual.

Olhos, lanternas
ternas
que permitem ver a luz...

Que emana
da chama
que vem da cruz.

Origem da lágrima dolorida,
quando tirei a vida
do Mestre Jesus.

Divinos faróis,
que descortinam arrebóis
e mostram-me no espelho...

Para que eu veja a culpa,
sem desculpa,
da surdez ao divino conselho!

Rui E L Tavares

(08/02/2010)

domingo, 7 de fevereiro de 2010


MEU TIME DO CORAÇÃO

Colorado gaúcho
falar em ti não é luxo
é obrigação...

Exaltar tuas cores
é transpirar amores
por um grande campeão.

Uma glória do esporte nacional
és tu meu INTERNACIONAL
meu pendão centenário.

Meu time do coração
que brilha nos campos da emoção
onde o futebol é o cenário.

Por plagas distantes
teus feitos relevantes
chegaram ao cume da glória.

É Com a bola rolando nos gramados
para multidões de torcedores apaixonados
que este Clube escreve a sua história.

Tua gente te ama Colorado
legendária flâmula deste Estado
Saci dos pampas verdejantes.

No mundo da bola, teus feitos
estufam de orgulho os peitos
de milhares de fiéis amantes.

E nos estádios pelo mundo afora
teu adversário, quando chega a hora
de enfrentar-te fica carrancudo.

Pois sabe que no jogo, pela frente
terá um time de futebol valente
que no mundo, é campeão de tudo!

SALVE! força desportiva sem igual,
SALVE! estrela que brilha com fulgor,
SALVE! meu grande amor,
SALVE ESPORTE CLUBE INTERNACIONAL!

Rui E L Tavares

(07/02/2010)

A CRIAÇÃO DO UNIVERSO!


Numa incalculável explosão
o imensurável compacto fez-se inverso
foi um instante de inspiração
do maior artista do Universo.

Com tinta divina jogada na tela
criou o espaço e as estrelas
e encantado com elas
sentou-se nas nuvens para vê-las.

E no encanto que o criador seduz
inspirou-se ele na obra esplendorosa
vestiu as estrela de luz
e criou as nuvens de nebulosas.

Na grande onda de expansão
lançou um sopro divino
ao andar dos corpos deu lentidão
estabelecendo a cada um o seu destino.

Criou na sua tela os mundos
girando em sistemas solares
descansou por alguns segundos
e fez o céu, e fez os mares...

Ainda na tela, bem mais ao sul
num mágico repente divinal
pincelou um pingo azul
e o fez girar de forma magistral.

Ficou admirando o pingo azul e frio
para aquecê-lo criou o Sol
mas vendo-o ainda vazio
deu-lhe uma Lua como lençol.

Pintou o verde, pintou os mares
batizou-o de Terra florida
e no maior de todos os criares
Deus criou a vida...

Alguns bilhões de anos depois
olhando para o pinguinho que girava
resolveu retocá-lo pois
havia algo que lhe faltava.

Então, concentrado, o ser supremo
num ato criativo soberano
chegou da criação ao extremo
criou a perfeição do ser humano.

Deu-lhe o brilho da inteligência
uma alma imortal que reluz
soprou-lhe no cérebro uma consciência
e pincelou-o com sua própria luz!

Rui E L Tavares

(06/02/2010)

CHUVA DE CONFETES

Que saudade dos velhos carnavais,
daqueles tempos que não voltam mais,
do conjunto de chorinho e da marchinha...

De ver desenrolar a serpentina
e os passos graciosos da colombina
ao som embalado dos trompetes.

Ah! ainda lembro daquela menina

E da chuva que levei dos seus confetes!


Rui E L Tavares

(06/02/2010)

Formatação Poetisa CLAUDINHA DUARTE.

Formatação Poetisa CLAUDINHA DUARTE.

Formatação Poetisa CLAUDINHA DUARTE.


Formatação Poetisa CLAUDINHA DUARTE.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

LUGAR COMUM


Comum é teu ser, teu brilho
teu magnetismo que me atrai
formando um retilíneo trilho
de onde meu pensamento não sai.

Comum é o espaço do teu vulto,
a forma que ele assume ao meu olhar,
é essa veneração que faço em culto
sempre, desde a hora de levantar.

Comum é te amar, pois eu te amo
em todos os instantes do meu dia,
quando rezo, na reza eu te chamo
e te comparo à Santa Ave Maria.

Comum é tu seres o meu Sol,
a minha Lua, meu céu, meu tudo;
o Paraíso debaixo do meu lençol,
o meu sorriso quando estou sisudo.

As vontades que afloram de mim
são sentimentos e sem excetuar nenhum
vão todos para ti que és meu jardim,
onde meus desejos tem lugar comum!

Rui E L Tavares

(05/02/2010)

MEU CASTELO DE AMOR


Sobre as lembranças
depositei meu futuro,
planejei com apuro,
meu mundo de esperanças.

Foi pensando
que fiz meu projeto,
em ti e te amando,
fui meu próprio arquiteto.

Foi na madrugada
com letras frias,
que minh'alma apaixonada,
ergueu as paredes vazias.

Do meu mal fundado castelo
erguido na insanidade,
que se fez um elo,
com esta infinita saudade.

Mesmo que não estejas aqui
moro contigo no meu interior,
pois foi lá que construí,
o meu castelo de amor.

Rui E L Tavares

(04/02/2010)
4 fev (1 dia atrás) excluir
RUI E L

HÁLITO QUENTE

Teu corpo ardente, provocador
com cheiro de rosas misturado ao cio
faz um convite ao amor
numa reação entre o quente e o frio.

Banho-me no suor que vem de mim
nem sei se de frio ou de calor
só sei que me sinto assim
dominado por teu cheiro sedutor.

E nesse domínio assim me ponho
ao controle de ânsia louca
e deixo rolar o sonho
de beijar muito a tua boca.

Farto-me como humano faminto
e já farto, farto-me novamente
e depois, quando ainda sinto
o sabor do teu hálito quente.

Rui E L Tavares

(04/02/2009)

"ESPAÇOS VAZIOS"

Lacunas,
entre o ir e o vir,
entre a tristeza
e a vontade de rir...

Limbos,
entre a luz e a treva,
entre a terra do equador
e a terra fria onde neva...

Vácuos,
entre o amor e o ódio,
entre o último que chega
e o lugar mais alto do pódio...

Espaços vazios,
buracos negros sem glória,
sepulcros comuns
de quem nunca teve história.

Rui E L Tavares

(04/02/2010)

NOSSO MAIS LINDO AMANHECER


Quero fazer deste dia lindo
que na aurora matinal está surgindo
o nosso mais lindo amanhecer.

Não quero que nossa noite seja vã
desejo continuá-la esta manhã
para que não possamos dela esquecer.

Que ela fique gravada na lembrança
e renove no amanhecer a esperança
de eternizar da noite as raízes.

E nos matizes do romper da aurora
Deus queira que não termine a hora
em que nos olhamos satisfeitos e felizes.

Que este nosso amanhecer fecundo
possa fazer deste amor nosso mundo
a cada noite, a cada novo dia.

Que amanheçam sempre nossos caminhos
com relatos felizes em pergaminhos
escritos em versos de poesia.

Rui E L Tavares

(03/02/2010)

CAVALGADA

Buscando-me cavalguei o pensamento
adentrando às entranhas de mim mesmo
deixei livres as rédeas por momento
no meu interior fiquei perdido a esmo.

Sem rumo na jornada de ilusão
galopei nos resquícios da memória
andei pelos campos da ficção
refazendo, ao trote, minha história.

Ao passo, transitei pelas lembranças
amarrando o ponei nas esperanças
vi brotar inspiração em universo.

Minha cavalgada chega ao seu fim
e eu retorno do meu âmago por fim
troteando nas rimas do meu verso.

Rui E L Tavares

(03/02/2010)

LIGA NO MEU CELULAR!

Fico olhando
para cima,
àquela janela,
daquele andar.
É lá,
além daquela vidraça,
onde não vejo,
que quero estar.
O corpo,
pois a alma
lá ficou
quando saí,
agora
há pouco,
clamando por ti.
Não foi despedida,
foi sumária
expulsão da tua vida.
Agora,
aqui da calçada,
olho a tua janela
perdido no mundo,
esperando
um chamado,
um toque,
um precioso segundo.
Aparece,
na janela,
faz um aceno
para eu voltar.
Grita,
chama
mas não me deixa esperando,
vendo a vida escapar.
Se não queres gritar,
nem chamar,
nem abrir a janela,
liga no meu celular!

Rui E L Tavares

(03/02/2010)

AMADO INVASOR


O óbvio
não é o bastante,
é preciso mais,
muito mais,
para definir este instante.

A intimidade
deste tempo perfeito,
para nenhum de nós dois,
nem agora, nem depois,
tem causa, só efeito...

Este amor
que veio num olhar,
em nós se instalou
e por aqui ficou
para nunca mais voltar.

Bem vindo seja
esse inquilino do coração
que entrou sem bater palmas,
unindo nossas almas
sem dar explicação...

Nem precisava,
é soberano o amor,
vem pelo olhar que lhe conduz
com sua coroa de luz
de sublime esplendor.

Invade o seu lugar
e desabrocha em flor
de variados matizes,
por isso somos felizes
com esse amado invasor!

Rui E L Tavares

(03/02/2010)

CIÚME


Ciúme, Ah! esse maldito vilão danado
o bandido dos filmes de mocinho
vem sempre com o rosto mascarado
destruindo flores no seu caminho.

No jardim do amor faz o seu reduto
brota do solo feito erva daninha
e como um algoz feroz e bruto
devora, do amor, a sementinha.

Corrói o sentimento com furor louco
sadicamente, lento, pouco a pouco
até que não exista mais a paixão.

Depois, como faz um malfeitor frio
deixa o estéril coração vazio
na mais amarga e triste solidão!

Rui E L Tavares

(02/02/2010)

MUSA MULHER


Mulher sereia
divina
criatura

Na teia
que me encanta
da inocência pura.

Esplendor
contagiante
que se impõe

Ao amor
que dela
se pressupõe.

Mulher
encantadora mulher
mulher, meu universo.

Meu coração te quer
Musa
do meu verso!

Rui E L Tavares

(02/02/2010)

MAL-ME-QUER


Mal me quer,
bem me quer,
muito,
pouco,
nada...

Mal me quer,
bem me quer,
muito,
pouco,
nada...

Várias pétalas depois
jogadas ao chão
pensando em nós dois
veio a solução...

Mal me quer
bem me quer
muito...

Era tudo o que eu queria
um Mal-me-Quer amigo
agora pergunto em poesia
quer casar comigo?

Rui E L Tavares

(02/02/2010)

PORTAIS ABERTOS


Bem lá onde se encontram céu e mar
os matizes de azuis tem outro tom
como o rubro da tua boca ao juntar
lábios sensuais tingidos de batom.

Ao se fechar, desfeito um sorriso
na harmonia do teu rosto em calma
desenha-se o portal do Paraíso
ocultando dos mortais tua doce alma.

E quando novamente a luz desponta
do portal que se abre, minh'alma tonta
inebria-se no transe da magia.

Que nasce com o Sol lá no horizonte,
da tua boca sorrindo aqui defronte
em portais abertos ao novo dia.

Rui E L Tavares

(01/02/2010)

"SONOLENTO"

Isso tudo
não passa de balela.
Contudo,
cabe tudo,
na mesma panela.

É uma sopa de absurdos
temperada de hipocrisia.
Mas é normal,
afinal,
essa porcaria.

Promessas
da boca para fora,
sem intenção,
nem convicção.
A mentira, que aflora.

Este ano tem mais
desse processo nojento,
pernicioso,
vicioso,
que me deixa "sonolento".

Rui E L Tavares

(30/01/2010)

MEREÇO?

Vantagens,
desvantagens,
há sempre um juízo.
Na vida é assim:
-Venha a nós o lucro,
a vós o prejuízo!

Todo mundo gosta,
ninguém desgosta
de ser esperto,
passar a perna
nalgum palerma,
embora não seja certo!

Na hora da reza,
humano que se preza
só vê o seu lado
e lá na intimidade,
com sua santidade,
traz brasa pro seu assado!

Claro, tem excessão,
algum bom coração
que gosta de justiça,
mas pra grande maioria,
analisando na letra fria,
essa é a premissa!

Viver,
gozar, sem sofrer
se possível a baixo preço,
geralmente sem perguntar
nem mesmo questionar,
Mereço?

Rui E L Tavares

(30/01/2010)