quarta-feira, 21 de abril de 2010

"NÓS"


No toque de nossos dedos
estou
nas minhas extremidades.

Nos instantes de contato
de fato
vivo eternidades.

No beijo
em desejo
nos meus lábios permaneço.

No sexo, enfim
saio de mim
e em ti me esqueço!

Rui E L Tavares

(21/04/2010)

NÃO HÁ SILÊNCIO NO AMOR

O silêncio diz tudo
contudo
não diz nada.

É voz calada
sem tom
na amplitude do som.

No entanto
no acalanto
"ouve-se" o calor...

Que rompe o ar
pelo olhar...
Não há silêncio no amor!

Rui E L Tavares

(21/04/2010)

PEDAÇOS DE MIM

Pedaços quebrados,
espalhados,
do que fui...

E sou,
na vida que me separou
em fragmentos...

Mutilados,
rasgados,
partes do fim...

Pétalas caídas da flor,
dores de amor,
pedaços de mim.

Rui E L Tavares

(21/04/2010)

TOQUE NA PELE DO TEMPO

O tempo é pele
tênue,
delicada,
marcada
pelas horas
no relógio da vida.

Fundido
na memória,
é membrana de história,
invólucro da alma,
em gotas de calma
jorrando eternidade.

Tocar a pele do tempo
é tocar a vida,
com mãos de veludo
contudo,
é tocar
a luz que vem do olhar.

Toque na pele do tempo,
transcorrido,
que se fez tecido
com a maciez da flor,
é como sentir nos dedos
o contato do amor.

Rui E L Tavares

(21/04/2010)

VENTO MINUANO APAIXONADO

Quando as folhas caem ao chão
num matiz descolorido
é chegada a época do ano
de ouvir no pampa o gemido
desse cortante conhecido
como Vento Minuano.

Vindo das bandas do polar
a cabresto na frente fria
levanta a geada que brilha
seja de noite ou de dia
dando um toque de nostalgia
ao verde lá da coxilha.

Vento Minuano apaixonado
sopra no rancho sem luxo
no solo verde, no céu azul
no coração do gaúcho
que lhe suporta o repuxo
neste rincão amado do sul.

Um caso de amor perfeito
fundido na nossa simbologia
O Minuano e a Querência
juntos na alegria
são versos da poesia
partes da mesma consciência.

Rui E L Tavares

(19/04/2010)

PARADOXO

Por vezes eu paro tudo
de inopino,
sem hora marcada,
sem destino
e fico a observar.

Qualquer coisa
sem escolher grandeza,
grande ou pequena,
feia ou com beleza
desde que me faça pensar...

Por exemplo, agora chove
uma garoa contínua, molhadeira
e eu, da minha janela,
vejo a folha da bananeira
e um pardal a banhar-se nela.

Então, traço um paralelo
entre nós, eu e o pardal;
ele em liberdade
voa por ai, afinal
vai aonde quer...

Mas eu que lhe observo
molhando-se em tênues gotas
que escorrem pela folha
nos vincos das fibras rotas,
sinto-me preso a uma bolha.

Com ar rarefeito, sufocante
que me oprime o peito...
Vem a inveja do passarinho
pois ele é feliz do seu jeito
e eu não no meu caminho.

Entre nós, um paradoxo,
ele tem nas asas a liberdade;
eu, na cabeça, o poder...
No entanto, ele decide o que fazer
e eu fico preso ao que não fiz.

Ele, ao banhar-se na bananeira
canta a sua alegria
agradecendo à natureza
pela luz de mais um dia,
enquanto choro minha tristeza
por não ser tão feliz.

Rui E L Tavares

(19/04/2010)

CAMINHOS

Andar por caminhos obscuros
atrás dos muros
da decência...

É deveras inconsequente,
uma queda dentro da mente
para o lado escuro da consciência.

É pisotear a fé,
fundar-se na areia onde a maré
estenderá a onda do mar...

Exatamente onde o fluxo
do inevitável contrafluxo
irá, com certeza, apagar.

Caminhos, já estão traçados
há dois mil anos ensinados
pela voz sublime da razão...

Outras rotas diferentes
com convites eloquentes
levam às entranhas da escuridão.

De um lado os caminhos de luz
pregados por JESUS,
mostrando o reino do céu...

Do outro o escuro que prega
uma visão que cega
sob impenetrável véu.

No centro a nossa decisão,
o arbítrio que nos dá noção
da verdadeira realidade...

A luz e a treva, à frente
descortinadas na mente
ao dispor da nossa vontade!

Rui E L Tavares

(20/04/2010)

O MINOTAURO


Cabeça de touro num corpo humano,
nas garras a ferocidade do leão,
nos olhos um brilho de ódio insano
que foge aos limites da razão.

O Minotauro no labirinto confinado
por ordem do oráculo a Dédalo que o prendeu
sob o Palácio de Minos encarcerado
até morrer pela espada de Teseu.

Sete jovens atenienses, sete damas
ao monstro em sacrifício oferecidas
atenuavam-lhe a fome inumana
num labirinto escuro e sem saídas.

No terceiro sacrifício, um voluntário
Teseu com sua coragem e destemor
livrou Atenas do calvário
com a espada mágica do amor.

Ariadne, filha de Minos, apaixonada
pelo herói, a quem fez a jura
deu-lhe a espada por amor encantada
e uma bola de linha de costura.

Pela arma Teseu matou a fera assassina
trespassando-lhe no coração a vida
pondo fim, dos atenienses, a triste sina
e pela linha conduziu-os à saída.

Rui E L Tavares

(19/04/2010)

ARANHAS DAS HORAS

Envolvido no labirinto desta teia
que as aranhas das horas já teceram
vejo meus cacos como grãos de areia
que na rotina do tempo se perderam.

O que me resta não chega a ser pedaço
encerrado em reduto tão pequeno
livre até agora do abraço
das tarântulas e seu vil veneno.

Imobilizado mas liberto o pensamento
sopro-o ao ar na brisa fria
e eternizo meu último momento
na luz eterna da poesia...

As horas não deterão meu verso feito
no pergaminho além desta prisão
nem sufocarão neste meu peito
a luz que me sustenta a ilusão.

E quando morto pelo tempo, finalmente
sucumbido às horas por final
alguém há de lembrar-me docemente
ao ler-me num Poema imortal!

Rui E L Tavares

(19/04/2010)

DUAS FLORES


A rosa, vê-se nela doce encanto
fluindo na pétala que formosa
fecha-se num botão mas no entanto
desabrocha em flor esplendorosa.

Mimo natural que hoje colhi
na manhã que nasceu da madrugada
para num gesto meigo dá-la a ti
outra flor recém desabrochada.

Duas flores mas que juntas são magia
rimas versadas na mesma poesia
e fulgores de único esplendor.

Pois uma, pela beleza que carrega
une-se a bela outra e na entrega
vestem-se de luz no jardim do amor.

Rui E L Tavares

(19/04/2010)
ANALOGIA LOUCA ENTRE EUS

Com olhar analítico
vejo analogia
entre música e poesia
entre a obra e o crítico.

Vejo afins
entre ele e ela,
entre o sapatinho e a Cinderela
entre tus e mins.

Tus e mins?
contesto a analogia
mas credito em nova via
entre nãos e sins.

Isso é hemorragia
analógica com besteira
poeta em fim de carreira
aderindo a anarquia.

E se for, e dai?
o verso é meu
meta-se com o seu
saia já daqui...

Vá pousar na sua rima
no galho da sua analogia
entre a vaidade e a hipocrisia
pois na minha eu já tô em cima!

Rui E L Tavares

(18/04/2010)

O SEXO

É natural
afinal,
mas desconexo,
o sexo
com sexo
semelhante.

Brilhante
dedução,
razão
bem definida:
- Sexo é opção
de vida.

Urdida
no ser fogoso,
no gozo
do prazer
por prazer,
nada além.

Amém!
Homem com homem,
mulher com mulher,
salve-se quem puder...
Vida impura,
sexo é loucura.

Frescura
querer mudar o tom,
é tão bom
transar sem compromisso;
lambuso-me no teu batom
e ainda morro por isso.

Disso,
tenho absoluta certeza,
na natureza
implantaram, na verdade
a promiscuidade
como símbolo de pureza.

Safadeza?
O que me importa
se acham torta
a minha direção.
Sexo nada tem a ver com a porta
que me acessa ao coração.

Não!
sexo e amor andam lado a lado
neste mundo virado
pelo avesso...
Colocaram gesso
na razão.

União,
discutida, não tem nexo
pois o sexo
é a opção presumida,
do jeito que for,
sexo é vida...

Doidice mais varrida!
sexo é função vital
de reprodução...
Deus criou e o homem deu o tempero
fora do normal
e dentro do exagero!

Rui E L Tavares

(18/04/2010)

PASSEIO POR MIM...

Quando me olho,
com olhar andarilho,
pelos caminhos que me fazem
e que jazem
hoje sem brilho...

Vejo-me à luz de outrora,
quando o cabelo era moreno...
Agora, na imagem mostrada
vejo a ação da geada
e a corrosão do sereno.

Passeio por dentro de mim
e vejo sorrisos francos;
vontades recém desabrochadas
contrastando entusiasmadas
com os meus cabelos brancos.

No meu rosto, ando pelos vincos
profundos como raízes,
que fixam a experiência
no âmago da consciência
através das cicatrizes.

Mas nos olhos, quando me olho,
o reencontro, não fico a esmo...
Apesar desse estranho protótipo,
desse novo fenótipo,
sinto que sou eu mesmo.

Vou até o meu coração
e lá vejo canteiros de flor;
vou ao celeiro dos sentimentos
e fico por momentos
admirando tanto amor...

Volto da imagem no espelho
e faço de mim outro juízo...
O tempo teve o seu efeito
mas nunca no meu peito
nem na luz do meu sorriso!

Rui E L Tavares

(17/04/2040)

ALTERNATIVAS POR UM MUNDO MELHOR...

Alternativas tem
e não são poucas
mas parecem metas loucas
no caminho do desdém...

Na pesquisa de ilusões
do abstrato,
em aparato
gastam-se bilhões.

Qual é a melhor?
Quer saber a prole leiga
e a pior,
a margarina ou a manteiga?

Mundo melhor...
Pesquisem-se, façam-se reuniões,
quem disse que está pior?
convoquem-se as nações!

Nos palácios do poder
a cúpula reunida,
há de ver
alternativas de vida...

A ata final tem nome,
cita alternativas em profusão:
- Erradique-se a fome!
- Implante-se a educação!

-Saúde à população...
O bufê é a la carte
no cardápio, a solução
num restaurante em Marte.

E hilário,
de alternativas, um mar profundo
qualquer otário
sabe como melhorar o mundo.

Mas a merda que acontece aqui
e não muda em momento algum,
é o lema do cada um por si
e foda-se o bem comum!

Rui E L Tavares

(16/04/2010)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

MARCAS


Um dia,
desses, qualquer que a vida traz
vou seguir tuas pegadas
até te encontrar...

Será, talvez, num dia chuvoso,
de paz...
Quando ainda estiverem molhadas
as marcas que deixastes ao passar.

Marcas que ficaram em mim
gravadas em entalhes de saudade,
tatuagens permanentes
do tempo em que fomos felizes.

Nesse dia, secarei as lágrimas no caminho;
subirei o tempo na busca da verdade
pelo vinco ainda quente
destas minhas profundas cicatrizes.

Marcas das tuas pisadas
em minha alma que te viu partir,
a procura do nada,
numa direção qualquer...

No rastro que ficou da tua ida
coberto de saudade eu vou seguir
e, mesmo que gaste toda a vida
hei de reencontrar-te amada mulher!

Rui E L Tavares

(15/04/2010)

A POESIA

Poesia,
Conversa gravada
à pena;
intimidade seleta
entre o poeta
e ninguém...

Cena abstrata
imaginada
e narrada
num monólogo
com prólogo,
nada além.

Inspiração
do menestrel
vertida em papel
e dissecada no tempo,
jogada ao vento,
a esmo...

Pompa improdutiva
de efeito mágico
e cunho trágico;
espasmo de diálogo
que o poeta tem
consigo mesmo.

No livro,
a sensação
das luzes do cenógrafo;
uma noite de autógrafo,
depois,... nada
além da realidade...

Apenas um lampejo
da mente,
latente
e repleta
do poeta,
na obscuridade.

Rui E L Tavares

(15/04/2010)

O JOÃO-DE-BARRO

Ia e vinha
em vôos rasantes,
por vezes pousava
e cantava
por breves instantes.

O João-de-Barro
voava sozinho,
com vontade resoluta
na árdua labuta
de erguer o seu ninho.

No galho, bem no alto
notável engenharia
pelo bico singelo
transformada em castelo
aos poucos se erguia.

Por dias observei
aquele pássaro trabalhador,
erguer com beleza
um pedaço da natureza
com o barro dor amor.

Hoje, no alto do galho
já não canta mais sozinho,
arranjou um par
e naquele lar
mora o carinho...

Fico então admirando
com um sorriso bizarro
ante a cena que me enseja
resquícios de inveja
do meu vizinho João-de-Barro!

Rui E L Tavares

(14/04/2010)

terça-feira, 13 de abril de 2010

CIRANDA DAS HORAS

Na ciranda das horas
um cone de vento
atrai o pensamento
que da mente aflora.

E tu poeta que choras,
rodopias absorto
pelo teu verso torto
na ciranda das horas...

Vai-te por ai afora
levado em cada emoção
que nasce do coração
numa cruel penhora.

Roda tempo, rodem vidas
pela mente que defloras
na ciranda das horas
que morrem e são esquecidas...

Mas poesias são forças ativas
almas imortais, ...senhoras
que giram na ciranda das horas
mas permanecem vivas...!

Rui E L Tavares

(13/04/2010)

SEM PRESSA...

A correnteza
segue e me leva
sem opção,
sem escolha,
numa bolha
de ilusão...

Sou marionete do tempo
manipulada
pelas cordas do destino,
como ínfimo detalhe,
um entalhe
pequenino...

Na tábua da evolução.
Detalhe que se move,
mas que não tem a pressa
estampada no rosto
onde se vê um desgosto
que não cessa...

Tenho que ir, resisto,
vou, mas sem pressa...
Sou levado
por instantes intermitentes
numa sequência de presentes
que deixam rastros de passado.

Sem pressa,
vejo a vida passar
à própria sorte,
alheia à minha vontade
caminhando para a eternidade
que virá com a morte!

Rui E L Tavares

(13/04/2010)

QUANDO TE VI


Naquele dia,
tenho nítido na memória,
quando te vi,
começou a minha história.

Antes foi tempo passado,
no ralo da vida escorrido,
mas quando te vi
o tempo passou a ser vivido...

Só então,
quando te vi naquele dia,
conheci o meu destino
e fiz a primeira poesia.

Um Poema que ficou marcado
pelo efeito de cada linha,
intitulado
"Minha Deusa Rainha"...

Foi poesia verdadeira
inspirada da Musa e sentida
como um farol do amor
dando um norte à minha vida!

Rui E L Tavares

(13/04/2010)

FALÁCIAS DO SISTEMA

Jogado
às feras
na jaula comum do jogo,
por eras,
fui devorado...

Enganado,
pelos engodos do sistema;
iludido pela fantástica fantasia.
Às duras penas
consegui sobreviver...

Senti o bafo do fracasso
lambendo minhas pegadas,
no ladrilho de promessas,
apagadas,
no caminho de falso futuro promissor...

Sem valor!
Fundado no aperto de mão mesquinho,
no abraço falso, descabido,
no descaminho
de um algoz fingido...

Sobrevivi...
Mas o sistema está ativo,
nova cruzada vai acontecer;
o monstro se mantém vivo
nos palácios do poder!

Enquanto que eu, a saber,
estudo as possibilidades,
vendo-as reduzidas à tiras,
numa ilha de verdades
perdida num oceano de mentiras!

Rui E L Tavares

(12/04/2010)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

NO BALANÇO DA CADEIRA...


Na cadeira de balanço
balançava...
Ali no remanso
um sabiá cantava.
Enquanto ouvia, balançando
o pássaro cantando,
sonhava...

No ritmo compassado
sorria...
trazendo do passado
a lembrança de outro dia
e assim, sonhando
na cadeira balançando
escrevia...

O sonho posto em verso
rimava...
Numa árvore, disperso
o sabiá cantava
e num ranger tristonho
embalando aquele sonho
a cadeira balançava...

O Sol desceu o monte
brilhava...
Apagou-se ali defronte
na noite que chegava.
A Lua desabrochou
no céu que se estrelou,
o sabiá não mais cantava...

Mas no balanço da cadeira
esperançosa...
Sorridente, faceira
ela segurava uma rosa.
A mesma que lhe dei
quando, eu nem sei
mas para ela foi preciosa!

Rui E L Tavares

(11/04/2010)

* A MINHA NOITE *

Todos dormem,
eu não...
Sou caminhante
das horas insones
que transitam
pelo relógio da parede,
projetando sombras
da noite
no íntimo
do meu pensamento...

Fantasmas perambulam
no cenário que me cerca,
penetrando
nos meus olhos cerrados,
mostrando,
em minha mente,
o filme da minha vida!

A noite apenas começa...
São as primeiras cenas.

A chuva,
lá fora,
faz a trilha sonora;
o silêncio faz o drama
e o roteiro se repete...

Ontem foi assim,
antes de ontem,
também...

No meu devaneio
de cada noite,
atua um personagem
principal,
a saudade;
um coadjuvante,
a solidão!

A noite se arrasta
pelas horas
marcadas
no relógio da parede...

Chega a madrugada
e, por fim,
a luz do dia...
Levanto
e no livro da realidade,
começo a viver
a próxima NOITE!

Rui E L Tavares

(10/04/2010)

SERENATA

Uma janela fechada no andar de cima
florida, e depois dela uma sacada;
em mim uma paixão que anima
a cantar para mulher amada.

Instrumentos perfeitamente afinados,
um pandeiro, cavaquinho e violão
em harmônicos acordes ritimados
introduzem no cenário uma canção.

A noite é clara e a janela escura
no céu uma Lua cor de prata,
solto a voz e entoo minha jura
na melodia que canto em serenata.

Juro amor à minha cinderela
na melodia da voz em doce encanto
resplandece em luz sua janela
e ela surge envolvida em manto.

Sorri para mim formosa e acena
num clima de intensa emoção
e num gesto que dramatiza a cena
diz que é meu seu meigo coração.

Rui E L Tavares

(08/04/2010)

EROS, O DEUS DO AMOR!


Na Mitologia primitiva
uma força ordenadora e unificadora
descrita em verso
cujo poder unia os elementos
que por seus fomentos
iluminavam o Universo.

Jovem Deus, o mais belo dos mortais
filho de Afrodite e Zeus...
Eros resplandecia além do esplendor,
sua beleza soberana
na metáfora com Psiqué emana
a espiritualidade do amor.

Eros, o Deus cupido na Roma antiga
cujas setas varavam o peito dos amantes
no âmago mais íntimo dos corações
semeando ali a semente da flor
de onde nascia o amor
no solo divino das emoções.

Imagem da beleza e juventude
Eros é um símbolo da imortalidade
do amor, eterno sentimento...
Um menino se tornou
pelas mãos do artista que o pintou
antes e após o renascimento!

Rui E L Tavares

(08/04/2010)

MEU LIVRO NA TUA MÃO

Objetivos
de vida,
definitivos,
vivos
e principais.
Buscados
nas luzes
das auroras
pelos instantes,
pelas horas
sem esquecer jamais.
Hei de vê-los
qualquer dia
brotar das ilusões,
materializados
no mundo
das minhas sensações.
Não estará mais distante
o doravante
que busquei e quis.
Satisfeito,
poderei arfar o peito
e dizer:
- Sou feliz!
Estarei vendo meu sonho,
diuturnamente sonhado
descortinado,
num palco real,
cenário natural
da meta atingida,
que foi traçada
e conquistada
com dedicação
ao longo da vida...
Na minha frente
concreto e latente
a realização:
- MEU PRIMEIRO LIVRO,
bem perto
aberto
na palma da tua mão!

Rui E L Tavares

(08/04/2010)

A FALTA DA RAINHA

A FALTA DA RAINHA

Num castelo tem que ter uma rainha
em cuja cabeça descanse o símbolo da coroa;
no meu não tem
ninguém...
A presença da soberana não ressoa!

Por quê?
Confesso que não sei;
Tem uma
e nenhuma,
pois no trono, senta ao lado doutro rei.

Eu sou soberano sem esplendor
minha coroa é opaca, meu olhar é frio;
no trono dourado
ao meu lado,
tem um lugar vazio...

O meu palácio é um jardim sem brilho
falta-lhe a flor mais formosa;
essa ainda não floresceu,
tem cravo que sou eu
mas não tem a rosa!

Até quando reinarei sem uma rainha
cuja falta faz do castelo frio bastidor;
até quando esse efeito
refletir-se-á no leito
onde sou rei sem amor?

Rui E L Tavares

(07/04/2010)

UMA LUZ NO HORIZONTE


Da janela do trem
vejo a noite sendo ultrapassada,
estou voltando para alguém
que me espera além da madrugada.

Nos trilhos de volta, ninguém
apenas o brilho se confundindo com o breu
e aqui neste trem
ninguém é tão feliz quanto eu.

Volto aos braços da mulher amada
que está lá onde rompe o arrebol,
naquela aurora encantada
que surge num raio de Sol.

Naquela luz ali no horizonte
onde sinto resplandecer o teu sorriso,
da minha vida está a fonte;
do meu destino está o Paraíso!

Rui E L Tavares

(06/04/2010

Amigo Virtual


O mundo da amizade é infinito,
se propaga no espaço eternamente.
Os amigos fazem parte de um circuito,
que une e congrega muita gente!

São multidões que se entrelaçam na amizade,
mostrada nos scraps, a cada instante enviados.
É lindo ver toda essa afinidade,
Nas mensagens das páginas de recados.

Uma visita no Orkut é o quanto basta,
Prá que inicie mais um relacionamento,
onde a amizade fica e jamais se afasta,
prá dar lugar a um outro sentimento.

Quantos somos por este mundo afora,
a expressar essa amizade sem igual,
onde será que tu estás agora?
Meu prezado amigo virtual!

Rui E L Tavares

UM PENSAMENTO SÓ!

Um pensamento me domina,
um só...
Que vai e vem,
arremete
e se repete,
aterrissa
e decola,
sem aterrissar.
Sem ficar,
sem se tornar real.

Afinal,
isto está acontecendo
ou não...?
É concreto,
palpável
e visível
ou apenas sensação,
mero sonho,
estágio
entre verdade e ilusão?

Agito-me
entre espasmos de realidade
e devaneio,
no seio
da noite...
Sou marionete
do meu subconsciente
que se diverte
na obsessão compulsiva
de um pensamento só.

É madrugada alta
e ainda estou
à mercê da incerteza
dolorida...
Não sei se durmo
e sonho
que te perdi
ou estou aqui
acordado e sozinho
porque te perdi na vida...

Um pensamento só,
vício da minha mente
no torpor
que me acomete
e nele estás presente,
estás comigo,
o amor está fluindo...
Se é vida, quero estar vivendo,
se é sonho,
quero estar dormindo!

Rui E L Tavares

(05/04/2010)

DORMINDO SÓ

Um leito vazio,
no peito uma saudade
e no travesseiro um rio...

De lágrimas entranhadas,
dissecadas
pelo tempo que partiu.

Maldita solidão que flui,
dilui
e no pranto se refaz...

Horas se vão
pela eternidade
levando a minha paz.

Te amo e amando ficarei
para sempre...
Mesmo depois que vire pó...

Ah! tanto amor chorado
neste leito
desde que estou dormindo só...!

Rui E L Tavares

(05/04/2010)

HEREGE

Este mundo
é mesmo assim,
um caos
à beira do fim.

O homem
sabe escrever,
sobre a vida,
mas não sabe viver...

Cria
normas, inventos,
depois rasga tudo
e espalha aos quatro ventos.

Diz coisas lindas,
de expressivo valor,
depois engole, digere
e joga no ventilador...

O homem é bem assim
e tem apoio;
enfim, no meio do trigo,
tem muito joio!

E joio com joio
dá origem ao herege
que um ao outro
oculta e protege.

Rui E L Tavares

(03/04/2010)

APRENDIZ

Eu te prometo tudo
contudo
nada te dou...

O que sou?
- Um pária qualquer
que nunca te amou...?

- Um bonifrate inerte,
indiferente
à tua súplica quente

por uma migalha de amor...?
Sou um cego
que não vê a flor

que lhe sorri...!
E eu tenho oceanos de amores
a marolar por ti.

No entanto,
é pranto
que não deixo rolar;

Quero-te como nunca quis
mas sou um aprendiz
que não sabe amar!

Rui E L Tavares

(03/04/2010)

TREVAS DA ALMA

Turvo
é o teu olhar,
agora,
quando todas as luzes
se apagam
e a treva aflora...

A desdita
te brota na retina
como lava de vulcão,
incandecente,
vinda das profundezas,
em inapelável erupção.

Explode nos teus olhos
rompendo a íris
em lágrimas quentes,
abundantes,
jorrando pela face
em profusas vertentes.

É tua alma que chora
pelos caminhos
em que se perdeu,
relegada às trevas
onde tu a esqueceu!

Rui E L Tavares

(03/04/2010)

EVOLUÇÃO

Sou um intervalo aberto nos dois extremos
à esquerda e à direita...
Sou infinito nos dois sentidos.

Estou invariavelmente à espreita
que me chegue algo a receber
pois sempre estou disposto a dar.

Sou alguém de braços abertos
cujos pólos captam e distribuem
pois nada me pertence, tudo é do mundo...

Sou apenas um simples condutor
energizado pela suprema vontade
que vem da força universal do criador.

Sou um instrumento desse imenso poder
que está acima de qualquer razão
sou uma corrente, por onde passa a evolução!

Rui E L Tavares

(02/04/2010)

EU SOU UM COELHÃO...

Eu sou um coelho
de olhar aceso
nariz vermelho
e um pouco obeso.

Sou muito atirado,
como a vida enseja
acho que sou viciado
em chocolate e cerveja.

Cenoura!! kkk nem pensar!
nem mesmo no inverno
eu gosto é de navegar
sou um coelho moderno.

Coelho, ...coroão
em vez de ovos, mando flores
meu enfezado coração
vive sempre pulando amores.

Coelhas, atenção!
sou versátil. tenho topete
se querem um ovão
peçam pela INTERNET.

O Coelhão aqui faz questão
de mandar um saboroso
recheado de paixão
banhado em beijo gostoso!

Peçam, peçam... o estoque
é limitado! hehehehe!!

FELIZ PÁSCOA GENTE!!
Não esqueçam dele, que
é o motivo maior da fes-
ta, sim ele, JESUS!

Rui E L Tavares

(01/04/2010)

VAZIO...

Vazio é o tempo sem nenhum projeto
ou imaginação de um contexto;
vácuo nos quesitos do concreto
que compõe o linguajar de um texto.

É uma situação extremamente transitória
entre duas outras significantes;
uma queda repentina da memória
num abismo negro de instantes.

Vazio é uma ausência irreparável,
um lapso de luz que nunca existiu;
o reinado de uma treva deplorável
que na mente humana se incutiu.

É a morte prematura que vem pospor
uma eclípse total à claridade;
breve momento de torpor
que tinge de nada a realidade.

Vazio é morrer na tua ausência
e mergulhar no breu da insanidade;
é apagar-se na própria consciência
para acender-se na dor de uma saudade!

Rui E L Tavares

(31/03/2010)

PARAÍSO DO AMOR

Da delicadeza de uma rosa
vem o perfume que despreende
da pétala sedosa
que ao seu corpo se prende.

Como ao teu, flor formosa
se prende a maciez do mal-me-quer
dando uma luz esplendorosa
a tua imponência de mulher.

Divina musa que exala
os mais doces perfumes do Universo
cujo encanto se desprende
e vem se prender no meu verso.

E nele reluz
com sua magia de flor
e o aroma que conduz
ao Paraíso do amor!.

Rui E L Tavares

(30/03/2010)

SEMANA SANTA - RESSURREIÇÃO!


SEMANA SANTA - RESSURREIÇÃO!

É Domingo, ramos de palmeiras
saúdam a sua entrada,
multidões inteiras
o esperam em Jerusalém...

JESUS DE NAZARÉ, o maior dos Reis,
o Filho de Deus, Deus também
é aclamado,
como ninguém...

Mas o ciúme, a inveja, já existiam
e a traição já era uma premissa,
por trinta moedas de prata
JUDAS cedeu à cobiça...

O Mestre dos mestres foi julgado e condenado
à morte e por ela, à vida que reluz
em cada coração, onde pendurado
pende o símbolo de uma cruz...

JESUS, pai de todos os pais
e filho do supremo pai, é salvador
do seu próprio algoz
retribuindo-lhe com seu divino amor...

É outro Domingo, Páscoa, vida, a luz reacende
no mundo todo o Sol divino brilhou
acima de todas as coisas...
JESUS ressuscitou!

Rui E L Tavares

(30/03/2010)