sábado, 20 de março de 2010

NO LAGO TARUMÃ...


Tem um sabiá que canta
num galho da corticeira,
um outro que responde
lá na copa da figueira.

Um casal de pomba rola
que voa sempre juntinho;
tem uma égua crioula
que relincha com carinho.

Tem pardais em voo rasante,
quero-quero cantador;
joão-de-barro a todo instante
cantando e fazendo amor.

Tem sinfonia da passarada
no mato verde daqui;
uma orquestra anunciada
pelo canto do bem-te-vi.

E na água calma do lago,
em extinção o coitado
como num último afago
brinca o ratão do banhado.

Nas manhãs do verão quente
brilham cores rainhas,
a vida passeia latente
no voo das andorinhas.

Numa pedra na parte rasa
da água que é lençol,
um cágado extravasa
tomando banho de Sol.

Tem garça de perna longa
pousada na água morna
enquanto no mato a araponga
faz soar sua bigorna.

Tem vida, tem luz, tem amor
no verde, no ar e no chão;
ainda canta o martim-pescador
um canto de pura emoção.

Tem peixe no lago profundo,
a fauna e flora deste lugar
formam o verdadeiro mundo
que devia proliferar.

Caminhando, vejo esta beleza,
esta magnífica obra de arte
da qual tenho a certeza
faço consciente parte.

Olho tudo com muito apreço
o Lago Tarumã também é meu,
é da vida e não tem preço
este presente que Deus nos deu!

Rui E L Tavares

(19/03/2010)

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