quinta-feira, 15 de abril de 2010

O JOÃO-DE-BARRO

Ia e vinha
em vôos rasantes,
por vezes pousava
e cantava
por breves instantes.

O João-de-Barro
voava sozinho,
com vontade resoluta
na árdua labuta
de erguer o seu ninho.

No galho, bem no alto
notável engenharia
pelo bico singelo
transformada em castelo
aos poucos se erguia.

Por dias observei
aquele pássaro trabalhador,
erguer com beleza
um pedaço da natureza
com o barro dor amor.

Hoje, no alto do galho
já não canta mais sozinho,
arranjou um par
e naquele lar
mora o carinho...

Fico então admirando
com um sorriso bizarro
ante a cena que me enseja
resquícios de inveja
do meu vizinho João-de-Barro!

Rui E L Tavares

(14/04/2010)

Nenhum comentário: