quarta-feira, 21 de abril de 2010

ARANHAS DAS HORAS

Envolvido no labirinto desta teia
que as aranhas das horas já teceram
vejo meus cacos como grãos de areia
que na rotina do tempo se perderam.

O que me resta não chega a ser pedaço
encerrado em reduto tão pequeno
livre até agora do abraço
das tarântulas e seu vil veneno.

Imobilizado mas liberto o pensamento
sopro-o ao ar na brisa fria
e eternizo meu último momento
na luz eterna da poesia...

As horas não deterão meu verso feito
no pergaminho além desta prisão
nem sufocarão neste meu peito
a luz que me sustenta a ilusão.

E quando morto pelo tempo, finalmente
sucumbido às horas por final
alguém há de lembrar-me docemente
ao ler-me num Poema imortal!

Rui E L Tavares

(19/04/2010)

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