domingo, 23 de agosto de 2009

LÁGRIMA ESCORRIDA

Agora que chove e o sono jaz perdido
num pingo de chuva que caiu
e pelo chão já molhado, escorrido
foi-se pela noite, se esvaiu...

Feito essa lágrima que dos teus olhos escorre
como o orvalho a escorrer da flor
busco na insônia o sentimento que não morre
busco inspiração pra falar de amor...

Logo eu, poeta de tantos versos
que talvez possam ter algum valor
fico a ouvir a chuva, pensamentos dispersos
sofrendo a saudade de um grande amor...

Que ironia! É sobre ele que eu quero falar
em todas as circunstâncias em que se apresenta
e no entanto só o que sei é amar
aquela lágrima que escorre e me atormenta...

Ah! meu Deus, eu preciso conversar contigo
eu preciso, Senhor, que tu me diga
que seja no ruído da chuva em que me ligo
ou lendo a tua palavra amiga...

Lá fora um trovão faz-se ouvir absoluto
a chuva pára como por encanto
e uma voz doce, como um manto enxuto
seca-me dos olhos insistente pranto...

Sopra-me, suavemente, ao pé do ouvido
com o perfume de inigualável flor:
- Fala de mim meu filho querido,
eu sou tudo, e sendo tudo, eu sou o AMOR...

- Eu estou naquela chuva que cai lá fora
em qualquer circunstância eu sou a vida,
eu sou essa lágrima que tu chora
sou também a outra lágrima escorrida...!

Rui E L Tavares

(08/08/2009)

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