sábado, 18 de abril de 2009

"INDIGENTE"

Nenhum ponto de referência
ilha de nada no meio de tudo
lapsos apenas de consciência
que não dizem nada sobre ele contudo.

Traste humano que olha sem direção
para um ponto qualquer inexistente
uma alma sem vontade, sem emoção
que nem ao menos parece gente.

Fétido corpo e repulsivo
prostrado sob a marquise da calçada
que chora a mágoa de estar vivo
quando a vida não representa nada.

Nem um amor teve que dissesse
viveu pelo menos, talvez um dia
como se viver para ele pudesse
significar momentos de alegria.

Ele é humano como eu, no entanto
e não ouço nunca o seu ai!
nem jamais lhe sequei o pranto
ou lembrei que temos o mesmo pai.

Indigente que se arrasta pelo chão
juntando migalhas que se joga ao lixo
como pode ser meu irmão
se ele mais parece ser um bicho!

Ah! meu Deus, que prepotência!
na ignorância minha alma jaz sozinha
pode ser que na falta de decência
sua alma seja mais pura que a minha!
RUI - Abr/2009

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