Envolvido no labirinto desta teia
que as aranhas das horas já teceram
vejo meus cacos como grãos de areia
que na rotina do tempo se perderam.
O que me resta não chega a ser pedaço
encerrado em reduto tão pequeno
livre até agora do abraço
das tarântulas e seu vil veneno.
Imobilizado mas liberto o pensamento
sopro-o ao ar na brisa fria
e eternizo meu último momento
na luz eterna da poesia...
As horas não deterão meu verso feito
no pergaminho além desta prisão
nem sufocarão neste meu peito
a luz que me sustenta a ilusão.
E quando morto pelo tempo, finalmente
sucumbido às horas por final
alguém há de lembrar-me docemente
ao ler-me num Poema imortal!
Rui E L Tavares
(19/04/2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário