Tem um sabiá que canta
num galho da corticeira,
um outro que responde
lá na copa da figueira.
Um casal de pomba rola
que voa sempre juntinho;
tem uma égua crioula
que relincha com carinho.
Tem pardais em voo rasante,
quero-quero cantador;
joão-de-barro a todo instante
cantando e fazendo amor.
Tem sinfonia da passarada
no mato verde daqui;
uma orquestra anunciada
pelo canto do bem-te-vi.
E na água calma do lago,
em extinção o coitado
como num último afago
brinca o ratão do banhado.
Nas manhãs do verão quente
brilham cores rainhas,
a vida passeia latente
no voo das andorinhas.
Numa pedra na parte rasa
da água que é lençol,
um cágado extravasa
tomando banho de Sol.
Tem garça de perna longa
pousada na água morna
enquanto no mato a araponga
faz soar sua bigorna.
Tem vida, tem luz, tem amor
no verde, no ar e no chão;
ainda canta o martim-pescador
um canto de pura emoção.
Tem peixe no lago profundo,
a fauna e flora deste lugar
formam o verdadeiro mundo
que devia proliferar.
Caminhando, vejo esta beleza,
esta magnífica obra de arte
da qual tenho a certeza
faço consciente parte.
Olho tudo com muito apreço
o Lago Tarumã também é meu,
é da vida e não tem preço
este presente que Deus nos deu!
Rui E L Tavares
(19/03/2010)
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