Através da cortina, vejo o mundo lá fora
um nevoeiro denso além da cortina
cobre o dia que começa agora
nesta manhã ainda menina.
Um ônibus passa e o seu ruído
sobrepõe-se ao canto do passarinho
enquanto a neblina espalha seu fluído
deixando a vida triste, em desalinho.
Através da cortina assisto tudo
vejo o trabalhador na rua passar
apesar do denso nevoeiro, contudo
um sabiá não para de cantar.
Um cão late por ai abandonado
talvez reclamando triste sina
igual a minha que desconsolado
escondo atrás desta cortina.
A cortina me oculta, ninguém vê
o nevoeiro que cobre meu coração
não quero aparecer mesmo porque
é na cortina que abafo a solidão.
RUI - Mar/2009
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