Agora que chove e o sono jaz perdido
num pingo de chuva que caiu
e pelo chão já molhado, escorrido
foi-se pela noite, se esvaiu...
Feito essa lágrima que dos teus olhos escorre
como o orvalho a escorrer da flor
busco na insônia o sentimento que não morre
busco inspiração pra falar de amor...
Logo eu, poeta de tantos versos
que talvez possam ter algum valor
fico a ouvir a chuva, pensamentos dispersos
sofrendo a saudade de um grande amor...
Que ironia! É sobre ele que eu quero falar
em todas as circunstâncias em que se apresenta
e no entanto só o que sei é amar
aquela lágrima que escorre e me atormenta...
Ah! meu Deus, eu preciso conversar contigo
eu preciso, Senhor, que tu me diga
que seja no ruído da chuva em que me ligo
ou lendo a tua palavra amiga...
Lá fora um trovão faz-se ouvir absoluto
a chuva pára como por encanto
e uma voz doce, como um manto enxuto
seca-me dos olhos insistente pranto...
Sopra-me, suavemente, ao pé do ouvido
com o perfume de inigualável flor:
- Fala de mim meu filho querido,
eu sou tudo, e sendo tudo, eu sou o AMOR...
- Eu estou naquela chuva que cai lá fora
em qualquer circunstância eu sou a vida,
eu sou essa lágrima que tu chora
sou também a outra lágrima escorrida...!
Rui E L Tavares
(08/08/2009)
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