segunda-feira, 20 de julho de 2009

MORTE DA INSPIRAÇÃO


A voz calou,
não ousou sair da boca.
Espatifou-se nos dentes
numa sonoridade rouca.

O Olhar não disse nada
permaneceu opaco e frio
perdeu-se no nada
fixo num ponto vazio.

As mãos deixaram cair a caneta
sobre o branco do papel,
manchando-o apenas,
com o amargo do fel.

As palavras fugiram
para o seu próprio interior.
Calou-se a varinha mágica
pois calou-se o amor.

O coração parou
vítima de mortal seta
que atravessou-o, matando
a inspiração do Poeta!

Rui E L Tavares

(12/07/2009)

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