Mais um dia que foi
pelo chão amargo escoado
deixando o presente vazio
para se tornar um passado,
onde eu vivo mergulhado
respirando a lembrança
procurando terra firme
que me dê uma esperança,
de reencontrar a bonança
e voltar de novo a viver
amar alguém novamente
e então deixar de sofrer.
E quando isso acontecer
não passarei mais frio
voltarei ao meu presente
não serei mais "margem de rio".
Mas agora caminho no fio
que limita a minha margem
olhando o outro lado
onde vejo a tua imagem.
Entre eu e tu, miragem
corre um rio profundo
sem água, mas caudaloso
das convenções deste mundo.
Somos duas margens de rio
que avança para o mar
pela vida condenadas
a nunca mais se encontrar.
RUI - Out/2008
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