Sozinho! como um cão abandonado
pelas ruas escuras da solidão
assim é que me sinto nesta hora
em que o Sol se põe atrás da ilusão.
Sozinho! aqui neste lugar
nesta ilha de nada ao meu redor
com uma ausência vasta, sufocante
que torna minha dor ainda maior.
Sozinho! como num barco à deriva
em meio a um mar de desventura
agitado por ondas inclementes
salgadas com o sal da amargura.
Sozinho! neste deserto escaldante
à procura de um rumo, um farol
sigo trôpego, triste, em direção
às cores desbotadas do arrebol.
Sozinho! aqui no vago meu destino
onde, agora, até o Sol se recolheu
não suportando ver meu abandono
na linha do horizonte se escondeu.
Sozinho! agora na noite clara
iluminada pela luz da Lua
sinto ao meu lado, nesta caminhada
só uma luz, que certamente é tua.
RUI - Dez/2008
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