Quando fecho os olhos, à noite, os teus eu vejo
resplandecendo, para mim, em fundo escuro
outra vez reacendendo o meu desejo
e tateado pela cama, eu te procuro.
Nada! minha mão vagueia no vazio
mas teimosa, ela te busca mesmo assim.
Insistente percorre o espaço frio,
nada é quente nesta cama, além de mim.
Levanto, e angustiado acendo a luz
e me prostro num canto pensativo,
analisando o peso amargo desta cruz,
de estar sozinho no mundo, esta dor,
a tristeza imensa de estar vivo
mas morto, por não ter o teu amor!
RUI - Set/2008
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