Faz bastante tempo que eu penso
sobre um assunto triste escrever
analiso, aprovo, uso o bom senso
e resolvo, por ora, esquecer.
Mas o assunto me "bate" a vida inteira
me dá na vontade uma "prensa"
já escrevi tanta besteira
mais uma não faz diferença.
Hoje resolvi a pendenga abordar
vou atacar mesmo o assunto
a partir de agora vou falar
do velório de um defunto.
Está ali o dito num caixão
quetinho, muito bem comportado
não vê a intensa agitação
que ocorre no seu costado.
É muita gente chorando
outras tantas dando risada
ainda outras, por certo, pensando
(já foi foi tarde meu camarada!)
Quanta hipocrisia e fingimento
em cada lágrima derramada
olhando de fora o acontecimento
parece muito com uma piada.
Quando o personagem era vivo
era coice de todo lado
agora que está "inativo"
está sendo paparicado.
Mas é tudo falsificado
ele não ficará nem na lembrança
assim que for enterrado
começa a briga da herança.
Mas não tem mesmo jeito
na vida ninguém é eterno
e se não foi bom sujeito
vai direto para o inferno.
Enfim desce o "rico" caixão
a sua derradeira morada
acaba-se uma ilusão
terminou para ele a estrada.
Já na saída do cemitério
começa a lambança pelo "legado"
sem dó e nenhum critério
o "ido" vai ser depenado.
-Este é meu, -aquele é teu
-o outro fica para ti
é sempre o mesmo "lero"
afinal "ele" não tá mais aqui.
Mas vamos encerrar este assunto
não adianta mais continuar
vamos deixar o "defunto"
na santa paz "descansar"
RUI - Set/2008
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