Porque me dita isso a inspiração
se isso me recuso a escrever...?
porque não controlo a minha mão
que não quer mais me obedecer...?
Será que não tenho mais autonomia
para escolher nem mesmo o tema
da minha pobre, mas minha poesia
ou o teor poético do meu Poema...?
O que sou então...? mero fantoche!
a mercê de um dominado coração
que ri do cérebro, como deboche
sob o feitiço forte de uma paixão.
Eu quero versar sobre a realidade
falar do mundo, das suas tristezas
mostrar nas rimas, minha verdade
ocultando o feio com sutilezas.
Mas é vã qualquer tentativa
quem dá as ordens é o coração
através dos nervos ele ativa
os movimentos desta minha mão.
E eu assisto a tudo resignado
vendo surgir uma poesia singela
onde meu coração apaixonado
só fala do seu amor por ela.
RUI - Fev/2009
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