sábado, 6 de setembro de 2008

MESMICE

É escuro ainda, lá fora uma garoa
dá som a este clima de nostalgia
ao longe um sabiá já entoa
seu canto, ao alvorecer de novo dia.

Noite insone, uma a mais na minha vida
que nas horas lentamente escoa
enquanto isso a imaginação perdida
abre as asas nas lembranças e voa.

Tento os pensamentos aprisionar
mas os sinto tão vagos, tão dispersos
relapsos até mesmo de encaixar
na harmonia plena destes versos.

Mas um só deles se faz latente
vem à tona sempre na memória
de forma lúcida e tão presente
que excluí-lo da mente é luta inglória.

Quero escrever, em vão, outro poema
que fuja da rotina desta mesmice
mas volto sempre ao mesmo tema
é como se fosse só tu que existisse.

RUI - Set/2008

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